Minas Gerais

Coluna

Pelo fim da queda de braço entre Câmara Municipal e à Prefeitura de Belo Horizonte

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"Nesta queda de braço entre o Legislativo e o Executivo, na sexta-feira (1), será votado o pedido de cassação do presidente da Câmara" - Foto: Cláudio Rabelo/CMBH
Câmara não tem aprovado projetos importantes

Desde a retirada de Dilma Rousseff da presidência do Brasil instaurou-se no país uma crise política nas instituições que abalaram a democracia. Assumiu a presidência um projeto autoritário, com programa de retirada de direitos sociais, ataque às instituições do Estado e propagação do conservadorismo na sociedade.

A cidade de Belo Horizonte ainda vive um reflexo das eleições de 2020 e da política autoritária e conversadora desse momento tenebroso do nosso país. Exemplifica esse legado a atual queda de braço entre a Câmara de Vereadores e a Prefeitura de Belo Horizonte.

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A Câmara, de maneira oportunista, não tem aprovado projetos importantes para a cidade de Belo Horizonte, como as operações de créditos para a revitalização da Vilarinho - que resolveriam os problemas com enchentes - e o projeto que obrigava a cidade a tomar medidas importantes para as mudanças climáticas. Apesar de importantes, esses projetos foram rejeitados com a participação e articulação do presidente da Câmara Municipal, o vereador Gabriel Azevedo (sem partido), munido por revanchismo contra a prefeitura.

Por sua vez, o prefeito Fuad Noman (PSD), para manter uma maioria dentro da Câmara, fechou um acordo com uma parte dos vereadores do grupo de Marcelo Aro (PP), Secretário da Casa Civil do governador Romeu Zema (Novo), que passou a ocupar cargos importantes da Prefeitura. O prefeito, candidato a reeleição em 2024, passou a atender somente às necessidades dos vereadores que estão na sua base de apoio. Agindo como um grande “síndico”, com pouca inovação na política da prefeitura e de olho nas eleições, tem iniciado diversas obras.

Nesta queda de braço entre o Legislativo e o Executivo, na sexta-feira (1), será votado o pedido de cassação do presidente da Câmara, denunciado por quebra de decoro parlamentar e abuso de poder.

Quem perde é a população

O resultado já sabemos: “todo mundo vai perder”. A cidade tem tido dificuldade de acompanhar o avanço do governo federal na reconstrução das políticas sociais, possui umas das maiores populações de pessoas em situação de rua, tem mais de 70 mil famílias sem moradia e um aumento vertiginoso de violência nas unidades básicas de saúde.

É preciso uma nova eleição para a mesa diretora da Câmara Municipal de Belo Horizonte que dê condições da Casa Legislativa funcionar. Sem isso, o embate continuará para prejuízo de todos.

Edição: Elis Almeida