Minas Gerais

AVANÇO

Em 2023, BH teve a segunda maior queda no preço da cesta básica dentre as capitais

Segundo Dieese, o valor médio da cesta básica na capital mineira ficou em R$ 657,54

Belo Horizonte (MG) | Brasil de Fato MG |
Em 2023, o valor médio da cesta básica em BH ficou em R$ 657,54, o que representa uma redução de -0,53% em relação a 2023. - Foto: Fernando Frazão/ Agência Brasil

O valor da cesta básica diminuiu em 15 capitais em 2023. Entre os municípios, Belo Horizonte registrou a segunda maior queda no preço dos alimentos no balanço dos 12 meses do ano passado. Os dados são do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), que realiza mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos em 17 capitais.

“A elevação do salário mínimo e a redução do custo da cesta básica na capital mineira reverteram o movimento de perda do poder de compra do salário mínimo em relação aos gêneros alimentícios básicos, observada em anos recentes”, apontou o Dieese. 

Valor médio da cesta básica em BH ficou em R$ 657,54

Em 2023, o valor médio da cesta básica em BH ficou em R$ 657,54, o que representa uma redução de -0,53% em comparação ao valor médio apurado no ano de 2022, que fechou em R$ 661,01. 

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Entre os produtos que tiveram redução no preço estão o óleo de soja (-26,42%), o tomate (-18,56%), o feijão carioquinha (-14,30%), a farinha de trigo (-13,62%), o café em pó (- 10,19%), a carne bovina de primeira (-7,47%), o leite integral longa vida (-6,94%), a manteiga (- 6,33%) e a banana (-1,23%).

Já outros quatro produtos tiveram aumento, como o arroz agulhinha (26,52%), açúcar cristal (13,43%), pão francês (5,30%) e batata (0,30%). 

As principais capitais a registarem redução no preço dos alimentos foram Campo Grande (-6,25%), Vitória (-5,48%), Goiânia (-5,01%) e Natal (-4,84%). Já as taxas positivas acumuladas ocorreram em Belém (0,94%) e Porto Alegre (0,12%).

A entidade aponta que a questão climática, os conflitos externos, o câmbio desvalorizado que estimula a exportação, e o forte impacto da demanda externa sobre os preços internos das commodities acarretaram preocupação em 2023 e podem ser importantes desafios para 2024.

Comparação mensal

Entre novembro e dezembro de 2023, o valor da cesta subiu em 13 cidades, com destaque para Brasília (4,67%), Porto Alegre (3,70%), Campo Grande (3,39%) e Goiânia (3,20%). As diminuições ocorreram em Recife (-2,35%), Natal (-1,98%), Fortaleza (-1,49%) e João Pessoa (-1,10%).

Em dezembro de 2023, o maior custo da cesta foi em Porto Alegre (R$ 766,53), depois em São Paulo (R$ 761,01), Florianópolis (R$ 758,50) e no Rio de Janeiro (R$ 738,61). Aracaju (R$ 517,26), Recife (R$ 538,08) e João Pessoa (R$ 542,30) registraram os menores valores médios.

Salário mínimo e cesta básica

Com base na cesta mais cara, que em dezembro foi a de Porto Alegre, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria equivaler a R$ 6.439,62 ou 4,88 vezes o valor do salário mínimo em dezembro de 2023 (R$ 1.320). Em novembro, o mínimo necessário correspondeu a R$ 6.294,71 ou 4,77 vezes o piso vigente. Em dezembro de 2022, ficou em R$ 6.647,63, ou 5,48 vezes o piso em vigor, que equivalia a R$ 1.212.

A estimativa do Dieese leva em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência.

Em dezembro de 2023, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica foi 109 horas e três minutos, considerando o trabalhador remunerado pelo salário mínimo. Em novembro, a jornada necessária era de 107 horas e 29 minutos. Em dezembro de 2022, a média era de 122 horas e 32 minutos.

Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido – descontado o valor referente à Previdência Social – o levantamento mostra que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em dezembro de 2023, 53,59% do rendimento para adquirir os mesmos produtos que, em novembro, demandaram 52,82%. Em dezembro de 2022, o comprometimento era de 60,22%.

Edição: Elis Almeida