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Artigo | Rivalidade entre Israel e Palestina é anterior a Jesus

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Imagem ilustrativa - Foto: Freepik
Quem tem que pedir desculpas à comunidade internacional é Netanyahu

A rivalidade entre Israel e Palestina é muito antiga. Vem desde que os Assírios invadiram Israel em 722 antes de Cristo. A partir dai os judeus ficaram proibidos de andar pelo território Palestino.
 

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Jesus e os judeus

Mas segundo São João, Jesus quebrou essa norma e viajou para Samaria na Palestina. Lá, estando próximo a uma fonte de água, apareceu-lhe uma samaritana com um cântaro ao ombro. Ela era considerada mulher de mau comportamento por ter vivido com muitos homens e, por isso, proibida de conversar com outras mulheres e, muito menos com judeus.

Quebrando essas interdições, Jesus procurou conversar com a mulher de forma respeitosa e cordial. Uma das acusações dos judeus que pesou contra Jesus foi esse episódio. Diante de diversas acusações de judeus contra Jesus o governador Pilatos não viu crimes que justificassem um julgamento.

Mesmo assim, um conselho composto por líderes religiosos, inclusive um filho de Herodes, condenou Jesus à morte por crucificação. Os primeiros séculos do cristianismo foram de radical oposição ao judaísmo.

Sionismo

No século XIX o movimento sionista que reivindicava um território para os judeus, visava desterrar os palestinos e ali criar um Estado para a nação, até então, sem pátria.

Já no século XX o movimento sionista radicalizou ao ponto de merecer críticas de intelectuais judeus, como Albert Einstein e Hanna Arendt que compararam os métodos sionistas com os dos nazistas.

Holocausto

Recentemente, a jornalista judia-russa, Masha Gessen, radicada nos EUA publicou artigo afirmando que em Israel o holocausto é sempre evocado para silenciar os crimes de guerra.

Essa figura de retórica estereotipada fez o mundo acreditar que os judeus foram as únicas vítimas do holocausto, o que não é verdade. Foram 11 milhões de assassinados, entre eles estavam alemães, austríacos, franceses, poloneses, soviéticos, prisioneiros de guerra, ciganos, testemunhas de Jeová, deficientes físicos, loucos, homossexuais e milhares de comunistas, a exemplo de Olga Benário, então mulher de Carlos Prestes.

Para Benjamim Netanyahu só judeus foram vítimas do holocausto, com a qual tenta justificar as atrocidades cometidas na Palestina.

Lula e o genocídio do povo palestino

A fala de Lula na conferência de países africanos, sobre holocausto e a guerra de Israel contra o Hamas na Palestina, faz lembrar um conto de Cristian Andersen (1805-1875) “A roupa nova do rei”.

Era uma vez um rei que encomendou ao alfaiate uma roupa que fosse a melhor do mundo. Quando ficou pronta, o alfaiate convidou os cortesãos para ver a roupa, afirmando que só pessoa muito inteligente conseguiria ver a vestimenta. Em seguida colocou o rei nu enfrente aos convidados. Para não passar por pessoas sem inteligência, os convidados elogiaram a deslumbrante roupa do rei. Mas, um menino que estava presente percebeu e falou que o rei estava nu. Os convidados também falaram que o rei estava nu.

Lula foi como o menino que teve a coragem de dizer o que realmente estava diante dos olhos de todos: a falsidade de Netanyahu, querendo encobrir o massacre que promove na Palestina.

Foi isso que enfureceu o primeiro ministro de Israel. Ele tentou humilhar Lula exigindo que ele pedisse desculpas. Ao recusar escusar-se, Lula foi soberano em não se dobrar por uma falta que não cometeu.

Quem tem que pedir desculpas à comunidade internacional é Netanyahu.

 

Antônio de Paiva Moura é professor de História, aposentado da UEMG e UNI-BH. Mestre em História pela PUC-RS

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Leia outros artigos de Antônio de Paiva Moura em sua coluna no Brasil de Fato MG

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Este é um artigo de opinião, a visão do autor não necessariamente representa a linha editorial do jornal.

Edição: Elis Almeida