O líder da retomada indígena Kamakã Mongoió, no Vale do Córrego de Areias, Merong Kamakã, foi encontrado morto nesta segunda-feira (4), em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).
Em nota, a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) lamentou a morte do cacique, que pertencia ao povo Pataxó-hã-hã-hãe e à sexta geração da família Kamakã Mongoió. Ele também era militante em defesa dos direitos dos povos indígenas.
“Além de liderar as ações em prol dos direitos de seu povo, Merong militava em defesa dos territórios de outras comunidades, como a Kaingáng, Xokleng e Guarani”, documentou a Funai.
Embora o boletim de ocorrência tenha apontado a causa da morte como suicídio, a Polícia Civil de Minas Gerais segue investigando o caso.
:: Receba notícias de Minas Gerais no seu Whatsapp. Clique aqui ::
O legado
Por meio de suas redes sociais, a deputada federal Célia Xakriabá (PSOL) também lamentou a morte do cacique.
“Merong continuará vivo em nossos corações e na nossa luta, pois a luta é o que nós temos de herança. Me solidarizo com a família e me coloco à disposição para o que for preciso. Estamos juntos. Merong Kamakã presente!”, afirmou a parlamentar.
A deputada estadual Macaé Evaristo (PT) também recebeu a notícia da morte com tristeza e reforçou que o caso precisa ser investigado.
“Sua mãe o encontrou desanimado e com sinais de enforcamento. É urgente uma investigação séria para apurar o caso”, sinalizou. “Minha solidariedade à família e aos amigos do Cacique Merong. Sua luta não será em vão”, completou.
Andreia de Jesus (PT), também deputada estadual, lamentou a morte e chamou atenção para a luta incansável do cacique pelos direitos dos povos indígenas.
“Sua liderança e coragem serão lembradas como um exemplo para todos nós.Nossos sentimentos aos familiares e à comunidade indígena. Descanse em paz, Cacique Merong”, declarou, em nota divulgada nas redes sociais.
A Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares do Brasil (Conafer) se solidarizou com a família e reforçou a marcante trajetória que o cacique trilhou em vida.
No texto, a Conafer cita o trabalho de Merong no território Caramuru, no sul da Bahia, o apoio aos Xokleng, Guarani e Kaingang no sul do Brasil. E também a sua atuação como educador do Mais Educação Livre.
“Apesar de uma longa caminhada pelo país na resistência contra a violência em áreas indígenas, Merong faleceu muito jovem e cheio de sonhos”, narrou, em nota.
Edição: Leonardo Fernandes