Minas Gerais

Coluna

Por vida digna para as mulheres em todo o mundo

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Conselho Estadual da Mulher sumiu

Enquanto as mulheres francesas comemoram a inserção do direito ao aborto na Constituição do país (um avanço, feito inédito no mundo), as palestinas lutam por seus territórios, por sua vida e embalam suas crianças mortas nos braços. Colocadas em paralelo, as duas cenas exemplificam como os avanços e retrocessos da luta feminista estão intimamente ligados à dinâmica mundial do capitalismo e às suas consequências políticas.

As pautas feministas são tão diversas quanto a multiplicidade de desafios que cada povo enfrenta.

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Ataques e conquistas das mulheres no Brasil

No Brasil, os últimos anos foram de crise econômica e social. A extrema direita (que ainda tem presença forte na sociedade) atacou e continua a atacar os direitos sexuais e reprodutivos, assim como as políticas sociais e de distribuição de renda, que têm impactos significativos na vida das mulheres.

Felizmente, o cenário é de retomada de políticas públicas. O governo Lula aprovou no último ano uma série de medidas, como a distribuição gratuita de absorventes pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a igualdade salarial entre gêneros e está elaborando a Política Nacional de Cuidados (que busca responsabilizar o Estado e redistribuir as tarefas de cuidados historicamente feitas pelas mulheres no âmbito doméstico).

O retorno de programas sociais, como o Bolsa Família, o Minha Casa, Minha Vida e o Mais Médicos também têm impactos positivos na autonomia, na renda e na saúde das mulheres.

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Vida das mulheres não é prioridade para Zema

Já em Minas Gerais, o cenário é outro. As mineradoras passam por cima de territórios tradicionais, restringem o uso da água e da terra, geram violência e impactam a saúde da população, atingindo, sobretudo, as mulheres. Tudo isso com o incentivo do governo Zema.

O Conselho Estadual da Mulher sumiu, assim como as políticas públicas para as mulheres, que ficam em uma coordenadoria escondida, junto a muitas outras pautas. Zema quer ainda privatizar estatais como a Cemig e a Copasa. Os resultados seriam desastrosos, principalmente para as mulheres negras e pobres: aumento da tarifa, fim da tarifa social e dificuldade de acesso a esses serviços básicos. Definitivamente, a vida das mulheres não é uma prioridade para o governo Zema.

Ao mesmo tempo em que são as mais impactadas pelas crises, pela sanha das multinacionais e pelas políticas da extrema direita, as mulheres também são a linha de frente da resistência.

Na Argentina, mesmo em meio a uma grave crise, nossas “hermanas” conquistaram nas ruas o direito ao aborto, provando que as mulheres têm força quando estão organizadas. As atingidas pela mineração, trabalhadoras rurais, indígenas, quilombolas, as mulheres jovens, as mulheres trabalhadoras, todas estão nas ruas.

É pela vida das mulheres

Em cada lugar do mundo, as pautas feministas se diversificam, mas continuam sob o mesmo guarda-chuva: a defesa dos territórios, dos bens naturais, da autonomia das mulheres, contra a violência, contra a guerra e por direitos sexuais e reprodutivos.

É pela vida das mulheres!

Edição: Elis Almeida