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Crônica | Roubado pelo VAR aos 45

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Imagem - Fernando Torres / CBF
A estrela maior do time era mais desconhecida que o próprio time

O time era modesto. Não tinha nenhuma estrela. Entrou no campeonato para cumprir tabela. Não havia nenhuma expectativa de que ganharia o campeonato.

A estrela maior do time era mais desconhecida que o próprio time. O time foi se formando aos poucos. Chega um goleiro. Depois um zagueiro. Dois jogadores de meio-campo. Assim foi até chegar ao ataque.

No ataque, era preciso um jogador arisco, habilidoso e ousado. Taí o time!

Ele foi passando de fase em fase. Como um time sem investimento vai passando por cima de times milionários?

Chega o grande dia da final do campeonato. Para surpresa geral, o time modesto e com poucos investimentos chega à final invicto mostrando um futebol bonito e inovador. Todos os jogadores jogavam em todas as posições.

O jogo estava muito disputado. Era lá e lá. Trocação total. Um jogaço. Mesmo ––––com o empate sem gols.

No último minuto de jogo, uma falta perto da grande área para o adversário. O juiz autoriza a cobrança da falta. A bola é cruzada no segundo "pau" e acontece um gol. Há uma reclamação por todos os lados de que o gol foi com a mão. O juiz vai conferir no War e valida o gol.

O tempo passou, o time perdeu o campeonato e foi se desmontando e perdendo jogadores um a um.

Um mistério fica no ar: por que meteram a mão naquele time que inovou o futebol que vinha tão burocrático?

Para piorar a situação, o presidente do clube deixou todos os jogadores a ver navios. Dizem que o capitão está jogando no time adversário.

O futebol tem suas caixinhas de surpresa.


Rubinho Giaquinto é músico, escritor e militante do Coletivo Solidariedade Cidadã

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Leia outras crônicas de Rubinho Giaquinto em sua coluna no Brasil de Fato MG

Edição: Elis Almeida