Jovens organizados no movimento Levante Popular da Juventude fizeram um protesto em frente à residência do deputado federal e ex-ministro do governo Bolsonaro Marcelo Álvaro Antônio (PL), em Belo Horizonte, nesta segunda-feira (1º). A ação, que aconteceu no marco dos 60 anos da instauração da ditadura militar no país, denunciou a participação do parlamentar na mobilização dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023.
Entoando as palavras de ordem “punição para os golpistas” e “por memória, verdade e justiça”, os manifestantes defendem que não haja anistia para aqueles que ameacem a democracia brasileira, sejam os que o fizeram no passado ou os que o fazem no presente.
“Marcelo Álvaro cumpriu papel de articulação, mobilização e agitação dos acampamentos golpistas, que precederam a tentativa fracassada de golpe do dia 8 de janeiro. Ele é uma figura da política mineira que está há muito tempo, assim como Bolsonaro, contribuindo para disseminar ideias de extrema direita, neofascistas e conservadores em Minas Gerais”, explicou Camila Moraes, da coordenação estadual do Levante Popular da Juventude.
“Nós também denunciamos os crimes da ditadura militar, as perseguições, a tortura e as mortes que foram causadas pelo regime, que tanto foi prejudicial para a democracia brasileira e para o nosso povo. Nós sabemos quais foram as consequências do golpe de 1964. Nosso recado é de que não perdoamos os golpistas do passado e não perdoaremos os golpistas do presente”, complementa.
Deputado tem histórico de acusações
Além do suposto envolvimento com os atos antidemocráticos do ano passado, Marcelo Álvaro Antônio também reúne outras denúncias de atuação irregular. Em 2019, quando era ministro do Turismo, foi indiciado pela Polícia Federal (PF) em um inquérito sobre uso de candidaturas laranjas de mulheres para desvio de verba nas eleições de 2018. Além disso, ele foi citado por crime de associação criminosa, falsidade ideológica eleitoral e de omissão eleitoral.
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No mesmo período, Marcelo também foi acusado de ter ameaçado de morte uma de suas correligionárias. Em 2022, a Comissão de Ética da Presidência arquivou o processo. O parlamentar nega as acusações.
Ação foi nacional
Além da capital mineira, o Levante Popular da Juventude escrachou simultaneamente políticos envolvidos com os atos de 8 de janeiro de 2023 em outras nove capitais do Brasil. Em São Paulo, a ação denunciou Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente. Em Curitiba, o alvo foi Pedro Lupion (PP), que defendeu as manifestações golpistas no Congresso.
Em Brasília, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres (PL) foi denunciado por ter redigido a “minuta” do golpe e por ter sido omisso em relação aos atos antidemocráticos, quando era secretário de justiça do governo do Distrito Federal.
Em Fortaleza e no Recife foram escrachados, respectivamente, André Fernandes (PL) e Clarissa Tércio (PP) por incitarem e divulgarem o atentado às sedes dos três poderes. Já em Boa Vista e em Macapá, os alvos foram Nicoletti (União Brasil) e Silvia Waiãpi (PL).
Os militantes do Levante Popular da Juventude de Cuiabá escracharam o amigo de Jair Bolsonaro Antônio Galvan, membro do Movimento Verde e Amarelo (MVMA), que foi um dos protagonistas na convocação dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro.
Edição: Leonardo Fernandes