Toda eleição é uma disputa entre projetos políticos
Belo Horizonte, a capital de todos os mineiros, é uma cidade peculiar dentre as grandes cidades do Brasil. Aqui, convivem o interior e a metrópole, o rural e o urbano, o singular e o universal.
O projeto inicial era de uma capital planejada. Mas, como não somos uma ilha cercada pela Serra do Curral, nossa cidade foi ocupada de forma massiva pelo povo do interior em busca de emprego, moradia e saúde. E nos transformamos em nossa roça grande.
Lembrar que não somos uma ilha é fundamental na iminência de mais um momento definidor de nossa história com as próximas eleições municipais. Afinal, entre lançamentos de pré-candidaturas e pesquisas de opinião, tudo indica que o pleito será fortemente influenciado pela conjuntura nacional polarizada entre a extrema direita bolsonarista e o campo democrático que elegeu Lula presidente do Brasil. E esse cenário não é fruto da vontade das pessoas.
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Polarização
Pesquisas internas encomendas pelo Partido dos Trabalhadores (PT) apontam duas grandes sínteses. A primeira é que um candidato apoiado pelo ex-presidente Bolsonaro tem boas chances de ir ao segundo turno. A segunda, é de que um grande pólo tende a se constituir em oposição à extrema direita. Algo muito semelhante ao que ocorreu na última disputa eleitoral nacional.
A polarização é inevitável porque a extrema direita e o bolsonarismo continuam a disputar o povo brasileiro, a espalhar fake news e a colocar seu projeto em pauta.
Imaginem o desastre de uma política negacionista na PBH que desestimulará a vacinação? Já enfrentamos inclusive baixos índices de adesão da população à vacinação contra a dengue, Covid e outras doenças. E imaginem o desastre de uma PBH que atacará as diversas orientações sexuais e religiosas? Que vai negar o aquecimento global? Que vai enfraquecer os serviços públicos em detrimento de vantajosos negócios para inciativa privada?
Não custa lembrar que no segundo turno da última eleição quem venceu em BH foi a extrema direita (Bolsonaro teve 54,25% dos votos). Portanto, entrar nessa disputa não é uma opção. É nosso dever.
Além disso, dentre os grandes problemas apontados pela população de BH nas diversas pesquisas, transporte público e saúde ocupam na maioria delas o topo da lista. E, apesar de a maioria dos serviços oferecidos no transporte e na saúde serem administrados pela PBH, ambos tem forte determinação em políticas nacionais, como o preço dos combustíveis, o financiamento e a organização do SUS.
As políticas públicas são fruto de um projeto de país. Sem essa compreensão, teremos novamente uma sociedade empobrecida e despolitizada, que não acessa de maneira qualificada as políticas públicas e com uma compreensão limitada de que as ações do governo fazem parte de um projeto político.
BH pode mais
Por isso, a pré-candidatura de Rogério Correia é fundamental para BH. Rogério nasceu em BH, vive intensamente nossa cidade e camimha junto com movimentos que atuam na nossa cidade há décadas nas pautas de moradia, educação, meio ambiente, saúde e transporte, na construção de um projeto concreto de melhoria de vida para o povo de BH.
E Rogério também tem a vantagem de conhecer em detalhes o projeto violento e mentiroso da extrema direita. Enfrentou-os na CPMI do golpe e conseguiu apontar os culpados pelos crimes de 8 de janeiro. É um fundador e membro histórico do Partido dos Trabalhadores, que deixou um legado profundo de políticas públicas que até hoje marcam a população da nossa cidade.
E, além de vice-líder do Governo Lula no Congresso Nacional, Rogério tem amplas articulações junto aos ministros e ao próprio presidente Lula, o que será estratégico para BH avançar com apoio do governo federal.
Toda eleição, seja ela nacional, estadual ou municipal, é uma disputa entre projetos políticos. E o programa capaz de vencer BH vai precisar associar a melhoria da qualidade de vida do nosso povo à disputa ideológica e à organização social para promover as mudanças que nossa capital precisa, em articulação com nosso projeto nacional.
Bruno Pedralva é médico do SUS e vereador em Belo Horizonte pelo PT.
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Leia outros artigos de Bruno Pedralva em sua coluna no jornal Brasil de Fato MG
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Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal.
Edição: Elis Almeida