As elites têm medo de que o povo entre na história
Desde que o Brasil é Brasil, as elites têm medo de que o povo entre na história e tome por suas próprias mãos as rédeas da construção de nosso país.
Em Minas Gerais, estado marcado pelo domínio econômico de fazendeiros ricos e que tem atualmente a sua administração sequestrada pelo o que há de pior na política brasileira, impedir as classes populares de protagonizarem o seu destino também sempre foi prioridade dos poderosos.
Não é à toa que, quando os de baixo se organizam, o lado de lá se antecipa e responde com golpes, repressão e retirada de direitos. A luta de classes não tem receita, mas uma coisa é certa: quando os trabalhadores entram na história, o curso dela é completamente alterado.
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É preciso iniciativa
Acontece que não se pode esperar a chegada de um convite à participação. Para entrar na história e mudar o rumo dela, é preciso iniciativa. Sempre foi e ainda é assim: só se obtém conquistas e se avança em direção a uma sociedade mais justa, desenvolvida, soberana e solidária, quando o povo participa.
Se as elites têm o poderio econômico e político, nos resta aquilo que as fazem ter pesadelos: a organização popular. É na capacidade de juntar os explorados e oprimidos das periferias, do campo, das fábricas, das escolas, das igrejas etc que reside a nossa força, capaz de colocar na ordem do dia um projeto popular.
Somente o povo organizado consegue atropelar os interesses dos poderosos. Ou como brilhantemente Milton Nascimento escreveu em Cancion Por La Unidad de Latino América: “a história é um carro alegre, cheia de um povo contente, que atropela indiferente todo aquele que a negue”.
Plebiscito Popular
Plebiscito Popular em Defesa das Estatais são os de baixo exercendo poder
Em terras mineiras, esse povo que insiste em entrar em cena aposta justamente na participação popular para enfrentar o ultraliberalismo fascista do governador Romeu Zema (Novo).
A construção do Plebiscito Popular em Defesa das Estatais de Minas Gerais é uma resposta às tentativas de privatização da Cemig, Copasa, Gasmig e Codemig, mas vai além. É também o exercício soberano dos de baixo exercendo poder, tendo o direito a participar das decisões que afetam as suas vidas e as vidas das gerações futuras.
Em todo estado, entre os dias 19 de abril e 1º de maio, a unidade dos movimentos populares e sindicais ataca uma das maiores contradições da frágil democracia brasileira: a da participação popular.
Se os poderosos buscam vender nossas empresas e rifar nosso futuro sem pedir licença, a defesa do patrimônio público é a oportunidade para que mais uma vez o povo mineiro force a sua entrada na história, também sem pedido de licença.
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Edição: Elis Almeida