Minas Gerais

Coluna

As conferências de ciência e tecnologia e a democratização do debate científico

Agência Brasil - Foto: Marcelo Camargo
Conferências contribuem para redução das desigualdades no acesso à informação e ao debate científico

Nos dias 4, 5 e 6 de junho de 2024 será realizada, em Brasília, a 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (CNCTI).  Desde o final do ano passado, vêm ocorrendo várias atividades em preparação para o grande encontro que acontecerá brevemente na capital federal.

As conferências de ciência e tecnologia representam um espaço crucial para a democratização do debate científico no Brasil. Eventos desse porte criam um ambiente propício para a troca de conhecimentos, experiências e ideias entre pesquisadores, acadêmicos, empresários e representantes do governo.

Nesse sentido, esses eventos são um canal fundamental para a disseminação do conhecimento científico e tecnológico, promovendo a interação entre diferentes atores da sociedade. E essa interação, por sua vez, é essencial para o avanço da ciência e para a formulação de políticas públicas mais eficientes e alinhadas com as demandas da sociedade.

Além disso, as conferências de ciência e tecnologia proporcionam uma oportunidade única para que pesquisadores brasileiros apresentem seus trabalhos, resultados e descobertas para uma audiência ampla e diversificada. 

Essa visibilidade é crucial para o reconhecimento e valorização da produção científica nacional, contribuindo para elevar o prestígio da comunidade científica brasileira tanto no cenário nacional quanto internacional.

Ao promover o amplo debate de todos os interessados, as conferências contribuem, ainda, para a redução das desigualdades no acesso à informação e ao debate científico. Essa democratização é essencial para fomentar a participação de diferentes segmentos da sociedade no processo de construção do conhecimento e na tomada de decisões em políticas públicas.

C&T e o desenvolvimento sustentável

As conferências de ciência e tecnologia desempenham um papel fundamental no estímulo à inovação e ao empreendedorismo no Brasil. Esses eventos proporcionam um ambiente propício para a aproximação entre academia e empresariado, favorecendo a transferência de tecnologia e o desenvolvimento de parcerias estratégicas. 

Sabemos, a esse respeito,  que a interação entre pesquisadores e representantes da indústria durante as conferências contribui para identificar demandas e oportunidades de pesquisa aplicada, impulsionando o desenvolvimento de soluções inovadoras e tecnologicamente avançadas. Essa integração é essencial para fortalecer a competitividade da indústria nacional e sua inserção nos mercados globais.

As conferências proporcionam um espaço privilegiado para discutir os desafios e oportunidades que permeiam o ambiente de inovação no Brasil, sendo fundamentais para promover um debate qualificado sobre questões como financiamento à pesquisa, proteção da propriedade intelectual e formação de recursos humanos qualificados. 

Nessa perspectiva, as conferências de ciência e tecnologia  desempenham um papel estratégico na construção de uma base sólida para o desenvolvimento sustentável do país, abrindo espaço ao debate sobre os impactos socioambientais da atividade científica e tecnológica, e promovendo a adoção de práticas mais sustentáveis e responsáveis.

Em suma, as conferências de ciência e tecnologia representam um importante instrumento para democratizar o debate acadêmico no Brasil, promovendo a interação entre diferentes atores da sociedade e contribuindo para o desenvolvimento da indústria nacional. Através desses eventos, é possível fomentar a inovação, a competitividade e o avanço tecnológico do país, consolidando sua posição no cenário global como um polo de excelência científica.

Para obter a programação completa da 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, clique aqui
 

Pedro Luiz Teixeira de Camargo é biólogo, geógrafo, professor, doutor em Ciências Naturais e docente do IFMG. Ocupa, atualmente, a Secretaria Adjunta da SBPC em Minas Gerais.

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Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal

Edição: Leonardo Fernandes