Em greve desde o dia 29 de abril deste ano, servidores da Universidade Estadual de Minas Gerais (UEMG) têm encontro marcado, nesta quarta-feira (12), na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), para decidir os rumos da paralisação das atividades. A categoria segue com dificuldades para negociar com o governo de Romeu Zema (Novo) e está mobilizada em 19 das 22 unidades acadêmicas, em Belo Horizonte e outras 15 cidades mineiras.
A Associação dos e das Docentes da UEMG (Aduemg) se reuniu, nesta segunda-feira (10), com a Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag), representada pela nova secretária Camila Neves, para discutir reivindicações antigas, como a garantia de pagamento por titulação dos docentes contratados, a realização de concursos públicos para professores e técnicos-administrativos, alteração do regime de trabalho de 20h para 40h e grupos de trabalho sobre dedicação exclusiva.
O sindicato cobrou ainda respostas do governo sobre recomposição orçamentária, aumento de ajuda de custo, abertura de mesa para negociação permanente e pediu para que Zema não vetasse o artigo oitavo do projeto de lei (PL) 2.309/24, que reajusta em 4,62% o salário dos servidores civis e militares do estado. O trecho trata da manutenção de ajuda de custo em casos de licença, luto, saúde, maternidade e paternidade para todos os servidores de MG.
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Segundo Túlio Lopes, presidente da Aduemg, algumas dessas pautas avançaram, mas o governo segue intransigente em pontos cruciais.
“Zema segue não cumprindo o acordo de greve, desrespeitando a autonomia universitária e ameaçando os docentes com o corte da ajuda de custo dos grevistas. A greve em defesa da UEMG continua e a culpa é do governo Zema. Seguiremos na luta por nenhum direito a menos e temos a perspectiva de avançar rumo a novas conquistas", enfatizou o sindicalista.
Contradições
Na reunião com a Seplag, o sindicato ainda apontou contradições nas promessas do governo. Segundo a Audemg, a ex-secretária Luísa Barreto havia afirmado, em setembro de 2023, que seria possível negociar um reajuste no valor da ajuda de custo para os grevistas.
No entanto, durante a primeira reunião do comando de greve com o governo, ela disse que seria realizado um estudo e que, posteriormente, apresentaria uma proposta. A secretária deixou a pasta sem avançar nas negociações com o sindicato e com a categoria.
“Em relação à possibilidade de corte da ajuda de custo durante o movimento paredista, na avaliação da nova secretária [Camila Neves], cabe à reitoria a decisão sobre esse assunto. Argumentamos que não aceitaremos o corte unilateral desse numerário, dado que traria prejuízos consideráveis para a composição dos proventos salariais dos docentes da UEMG, que já recebem um dos piores salários entre todas as universidades estaduais do Brasil”, argumentou, em nota, o sindicato.
Outro lado
O Brasil de Fato MG entrou em contato com o governo para comentar as denúncias e aguarda respostas. O texto será atualizado se houver posicionamento.
Edição: Ana Carolina Vasconcelos