Minas Gerais

FALTA DE DECORO

Câmara vai investigar episódio de violência contra Rogério Correia por deputado bolsonarista

Parlamentar foi vítima de chutes e empurrões durante sessão do Conselho de Ética, em Brasília

Belo Horizonte (MG) | Brasil de Fato MG |
Vista lateral da Câmara dos Deputados - Foto: Saulo Cruz/Fonte: Agência Câmara de Notícias

Depois de denunciar agressão física feita pelo deputado bolsonarista Éder Mauro (PL), o deputado federal Rogério Correia (PT) conseguiu a instauração de um processo administrativo pela corregedoria da Câmara dos Deputados, que deve apurar o episódio de violência. O pedido foi feito pelo presidente da casa legislativa, Arthur Lira (PP). 

O pré-candidato à Prefeitura de Belo Horizonte foi vítima de chutes e empurrões do parlamentar do PL durante uma sessão do Conselho de Ética, em Brasília, no momento em que tentou separar uma briga entre os deputados federais, também mineiros, Nikolas Ferreira (PL) e André Janones (Avante). 

O embate público atraiu holofotes na última quarta-feira (5) e terminou com a ajuda de diversos deputados, assessores e da Polícia Legislativa. 

“Substituir os argumentos e palavras por agressões, coisa própria de fascistas, tornou-se uma constante nesta Casa. Chute na canela é falta grave, passível de cartão vermelho. Do ponto de vista parlamentar, é no mínimo falta de decoro”, disse Rogério Correia, à época, pelas redes sociais. 

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Dependendo do resultado do processo de investigação, Éder Mauro pode perder seu mandato. Ele terá cinco dias, após a notificação, para apresentar sua defesa. 

Violência política é histórica

O número de violências políticas em relação aos mandatos parlamentares federais chegou a 133 entre janeiro de 2019 e maio deste ano, segundo o Observatório da Violência Política e Eleitoral (OVPE), vinculado ao Grupo de Investigação Eleitoral (Giel) da Escola de Ciência Política da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio). Cerca de 31 casos desse total envolveram senadores e 102 foram direcionadas a deputados federais.

Especificamente na Câmara dos Deputados, os dados do OVPE mostram que partidos como PT, PSOL e PL ocupam as primeiras posições no ranking dos 102 casos de violência política desde 2019: eles concentram respectivamente 19, 13 e 10 incidentes. Os números do observatório computam as ocorrências a partir da perspectiva das vítimas, não exatamente dos agentes da violência.
 

Edição: Ana Carolina Vasconcelos