Aos gritos de “guerreiro, do povo brasileiro”, o ex-ministro-chefe da Casa Civil do primeiro mandato de Lula (PT), José Dirceu (PT), participou de uma plenária ampliada, na segunda-feira (17), em Belo Horizonte, com lideranças, parlamentares e pré-candidatos do município às eleições de 2024.
O encontro aconteceu na sede da Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT-MG) e serviu para debater a conjuntura política e alinhar estratégias para a próxima disputa eleitoral. Na avaliação do dirigente político, o momento é delicado e exige comprometimento das forças populares e lideranças.
“Para mudar o Brasil, é preciso de um governo de longo prazo, uma coesão interna no país. Precisa de aliança”, afirmou no início do encontro.
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“A elite brasileira renunciou ao Brasil. Não tem projeto de país”, completou, ao fazer um resgate histórico da luta da classe trabalhadora e trazer o debate para atualidade.
Segundo ele, eventos como a repressão que se iniciou em 2013, o golpe dado contra a ex-presidenta Dilma Rousseff (PT), a lava jato e a prisão de Lula são uma reação da direita às conquistas proporcionadas pelas lutas populares.
No entanto, com organização, ele acredita que é possível derrotar a extrema direita, assim como foi feito em 2022, com a derrota de Jair Bolsonaro (PL).
“Somos um país que tem soberania de energia e alimentos. Somos um país com base industrial, somos viáveis, podemos ser sustentáveis”, pontuou.
Disputa ideológica
Para Zé Dirceu, é preciso disputar a opinião pública a partir de temas que pautam o cotidiano dos brasileiros, mas também em assuntos mais gerais, como juros altos e segurança pública.
“Tá começando aquela situação em que o cidadão olha a luz, as contas que precisa pagar, e fica insatisfeito. Precisamos esclarecer para sociedade a conjuntura, as nossas possibilidades e desafios. Precisamos acreditar na capacidade que temos de mobilizar a sociedade”, observou.
O ex-deputado federal também defendeu que Lula, enquanto líder, precisa assumir a responsabilidade de pautar esses debates no país, com apoio dos movimentos populares, uma vez que a disputa, atualmente, é de imagem e de simbologia.
“Vamos ter que fazer o enfrentamento da pauta da extrema direita. Nós vencemos, então nós temos força. Eles estão na ofensiva, vendendo a ideia que vão ganhar as eleições, nós vamos derrotar”, reforçou, sendo recebido com uma série de aplausos do público.
O ex-ministro também avaliou que as condições que Lula tem para governar hoje são difíceis, uma vez que o parlamento é majoritariamente ocupado pela direita. Assim, é preciso, segundo ele, fazer a luta política a partir das eleições.
Eleições municipais
Em relação à disputa eleitoral em BH, Zé Dirceu também levantou a importância do debate sobre os feitos de Lula e de Bolsonaro para a cidade, já que a capital mineira enfrenta problemas graves, especialmente em relação ao meio ambiente, ao transporte e às questões habitacionais.
“Temos que ligar isso à situação nacional e mostrar o que o Lula está fazendo no Brasil. Enfrentar a agenda de costumes que a direita quer colocar. A direita joga no nosso colo, temos que resolver esse problema”, argumentou.
Edição: Ana Carolina Vasconcelos