Em 2024, o Grito dos Excluídos e Excluídas completa trinta anos. Com três décadas de história e resistência a partir de manifestações populares carregadas de simbolismo, a mobilização já tem debatido, para esse ano, as ações e objetivos que serão estabelecidos para promover a conscientização e a luta por justiça social e climática nos territórios brasileiros.
O lema de 2024 é “Todas as formas de vida importam. Mas, quem se importa?”, com tom crítico ao sistema econômico vigente, que, segundo os integrantes, é o responsável por crises ambientais que afetam principalmente os mais vulneráveis.
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“O Papa Francisco tem sido um grande militante nesse aspecto, chamando a atenção da sociedade e das lideranças mundiais para a questão climática e do meio ambiente. Porém, na prática, vemos o interesse privado e capitalista prevalecer. Seja os grandes investidores ou os grandes empreendimentos, nem sempre favorecem a preservação da vida”, avalia Jair Gomes, membro da Comissão Organizadora do Grito dos Excluídos e Excluídas de Belo Horizonte.
Organização
No dia 18 de junho, foi realizada a primeira reunião anual para debater os planos futuros da próxima marcha do Grito dos Excluídos e Excluídas na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).
“A primeira reunião serviu para criar as comissões de trabalho: comunicação, infraestrutura, programação, metodologia e mística. Essas comissões irão definir os temas a serem abordados. Marcamos para julho a nossa próxima reunião para dar sequência a essas questões”, explica Jair.
No próximo encontro, também serão debatidos os temas que vão pautar o tradicional seminário de preparação para a marcha, que acontece tradicionalmente no dia 7 de setembro.
A segunda reunião acontece no dia 3 de julho, às 19h, no Espaço Franciscano, em Belo Horizonte, localizado na Amazonas, 341 - 3° andar. Já o seminário acontece no dia 10 de agosto, na Igreja Nossa Senhora da Conceição, localizada na Rua Além Paraíba, 152, no bairro Lagoinha, na capital mineira.
História
O primeiro Grito dos Excluídos e Excluídas foi realizado em 7 de setembro de 1995, tendo como lema “A vida em primeiro lugar”, e aconteceu em 170 localidades. Em Aparecida, São Paulo, aconteceu junto à Romaria dos Trabalhadores e Trabalhadoras, parceria que continua até hoje.
Em 1993, em Montes Claros (MG), já havia acontecido o “Clamor dos Sem Teto”, encontro posteriormente identificado como precursor do Grito dos Excluídos. A mobilização ocorreu após visitas às ocupações urbanas durante a Campanha da Fraternidade daquele ano.
O tema era “Onde Moras?” e, como tudo ocorreu próximo ao 7 de setembro, foi realizada uma parada cívica durante o desfile oficial. As famílias organizadas, os jovens e todos os simpatizantes àquela causa tomaram as ruas, com cartazes que manifestavam a indignação com a situação dos moradores das favelas de Montes Claros.
A partir de 1996, o Grito dos Excluídos e Excluídas foi assumido pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que o aprovou em sua Assembleia Geral como parte do Projeto Rumo ao Novo Milênio (PRNM).
Edição: Lucas Wilker