Para debater o papel das pessoas cristãs nas eleições municipais de 2024, o bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte, Dom Joaquim Mol, ministrou um encontro com a população da cidade na segunda-feira (1º). O evento ocorreu no Salão Paroquial do Santuário Nossa Senhora da Boa Viagem, no centro da cidade.
“A política é justamente para vivenciarmos experiências de repartir, de fazer o bem. Tenho achado que a eleição municipal talvez seja mais importante que a de deputados e senadores, porque a gente está falando da nossa cidade”, afirmou o líder religioso, ao dar início à palestra.
Na sequência, Dom Mol bebeu das referências do Papa Francisco para enumerar uma série de pontos que cristãos devem refletir antes de escolherem seus candidatos. Segundo ele, a primeira consideração a ser feita é não votar em candidatos populistas, apenas em candidatos populares.
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“Populista é aquele que deforma a palavra democracia, porque ignora a legitimidade do que é propriamente o povo. O candidato popular é capaz, exatamente por ser popular, de interpretar o sentimento do povo. Sabe respeitar a cultura do povo, as grandes tendências da sociedade. O popular sabe unir as pessoas para executar projetos em favor do bem comum”, acrescentou.
Emprego, caridade e valorização das diferenças
O bispo também realçou que é preciso votar em candidatos que colocam o trabalho e a distribuição de renda como central, uma vez que essa questão impacta em todas as outras necessidades.
Segundo ele, outro tópico que precisa ocupar a pauta das eleições é a caridade social e política, representadas por figuras que pensem políticas públicas junto aos pobres, como uma demonstração de amor e respeito.
“Não devemos votar em quem não tem caridade política, porque ele não se unirá aos outros para lutar pelo bem comum e vai trabalhar pelos próprios interesses”, sublinhou.
Para o líder religioso, liberdade, igualdade e fraternidade também são temas fundamentais para gerar um mundo novo.
“Uma parte da população pensa que as desigualdades entre as pessoas são naturais, nascem da natureza humana, do destino. Se é assim, para que fazer esforço para mudar a sociedade? Precisamos lutar contra toda e qualquer desigualdade e valorizar as diferenças”, continuou.
Quem não deve ocupar cargos políticos?
Por fim, o bispo acrescentou que candidatos extremistas, xenófobos, machistas, misóginos, sexistas e que excluem membros das comunidades tradicionais não devem ser considerados pelo eleitorado cristão.
Segundo Dom Mol, pessoas “pessoas fanáticas, fundamentalistas, megalomaníacas e aporofóbicas (que tem aversão a pobres)” também não devem ser votadas.
Edição: Ana Carolina Vasconcelos