A unificação não é apenas positiva, é necessária
A corrida eleitoral começou a esquentar em todo o país e os contornos das alianças e projetos para as cidades brasileiras se tornaram mais nítidos. Em Belo Horizonte, tivemos dois passos significativos na última semana: a vinda do presidente Lula e a organização de um ato público dos movimentos populares, que demonstrou a urgência da unificação das pré-candidaturas progressistas.
O cenário apontado pelas pesquisas na capital mineira, até agora, nos dá alguns indicativos. Mauro Tramonte (Republicanos) tem despontado como favorito. O motivo pode ser bem simples: ele é conhecido por ser, há 16 anos, apresentador de um dos programas de maior audiência da TV aberta.
Outro pré-candidato que aparece na dianteira é Bruno Engler (PL). Bolsonarista declarado, o deputado estadual chegou a defender a não obrigatoriedade da vacinação durante a pandemia da covid-19 e, mais recentemente, apresentou um projeto para afrouxar as regras da mineração em Minas Gerais.
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O atual prefeito Fuad Noman (PSD) não é conhecido pela maioria da população e fica empatado com muitos outros pré-candidatos.
Já as pré-candidaturas do campo progressista, aparecem, na maioria das pesquisas, em empate técnico, logo atrás da direita. Nesse sentido, a unificação não é apenas positiva, é necessária para a construção de uma futura candidatura forte.
A deputada estadual Bella Gonçalves (PSOL) já fez esse movimento com o deputado federal Rogério Correia (PT) e ambos, junto aos movimentos populares, buscam agregar também a deputada federal Duda Salabert (PDT).
Disputa de projetos
Outro dado difícil de ignorar é que, segundo pesquisa da Quaest, em cenários não estimulados, 87% da população não possui um candidato preferido. Ou seja, ainda há espaço para que as pré-candidaturas cresçam e apareçam para a cidade.
Por isso, o próximo passo é mostrar para a população os projetos de cada campo em disputa. Nesse sentido, o meio do caminho não é viável.
Embora Mauro Tramonte e o atual prefeito Fuad Noman não sejam completamente alinhados à extrema direita, não são capazes de apresentar para a cidade um programa que a leve para a frente, que resolva seus problemas estruturais, como a fome, a mobilidade urbana e a moradia. Por sua vez, Bruno Engler é o representante clássico do atraso que tomou o Brasil durante o governo Bolsonaro.
O campo progressista tem se mostrado mais apto para construir um projeto que dialogue com as necessidades do povo de Belo Horizonte e tem a seu favor o governo Lula, que retomou, no último período, políticas públicas fundamentais.
Preocupações como o valor da tarifa de ônibus, a resolução da mobilidade urbana, a retomada de políticas fortes de moradia, assistência social, educação e saúde, além da questão ambiental, têm figurado entre os principais temas das pré-candidaturas progressistas.
Só é possível que esse projeto cresça nos corações e mentes do povo se for encampado por todas as pré-candidaturas, partidos e movimentos populares que entendem a urgência de retomar o crescimento com justiça social e ambiental em BH. Por isso, nosso lema para o próximo período precisa ser: unidade para vencer o atraso.
Edição: Ana Carolina Vasconcelos