Em meio à intensificação de posicionamentos de líderes políticos contrários aos ataques israelenses à Palestina, Romeu Zema (Novo) assinou, na segunda-feira (8), uma declaração de cooperação entre Minas Gerais e Israel. Um estudo, publicado pela revista científica The Lancet na semana passada, indica que, desde outubro de 2023, mais de 185 mil pessoas morreram na Faixa de Gaza.
Segundo uma nota disponível no portal oficial do governo, o objetivo da movimentação é “fortalecer a relação” e “promover atividades em conjunto, com perspectivas de cooperação entre as partes”.
No fim de maio, o presidente Lula (PT) retirou de forma definitiva o embaixador brasileiro de Israel, em sinal claro da redução de importância que as relações com Israel passam a ter para o Brasil. No mês passado, durante o encontro do G7, o petista também discursou em defesa da população palestina.
“Estamos diante da violação cotidiana do direito humanitário, que tem vitimado milhares de civis inocentes, sobretudo mulheres e crianças”, disse o presidente.
Solidariedade ao povo palestino
Poucos dias antes da assinatura da declaração, em 4 de julho, uma audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) discutiu os impactos da ofensiva israelense ao território palestino.
“É uma contribuição para a preservação e reconhecimento do Estado palestino. Hoje somos todos Palestina”, declarou o deputado estadual Leleco Pimentel (PT), que convocou a reunião.
Durante o encontro, a médica Vera Prates, da Associação Brasileira de Médicos pela Democracia (ABMMD), destacou que muitas das vítimas dos ataques israelenses são mulheres e crianças.
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“Ninguém vai me convencer de que crianças são terroristas. E muitas delas, quando não morrem, ficam gravemente feridas e estão tendo os membros amputados sem anestesia”, enfatizou.
O jornalista judeu Breno Altman, que também participou da audiência, explicou que o conflito é fruto dos interesses de Israel em construir um Estado de supremacia étnica judaica.
“O Estado de Israel é um regime de apertheid, como é identificado por várias organizações de direitos humanos do mundo inteiro”, avaliou.
Já Vanessa Portugal, do Comitê Mineiro em Defesa da Palestina, destacou que a luta em defesa da Palestina é essencial e deve ser abraçada por todos.
“Se nós queremos ter um mundo melhor, nós precisamos derrotar o Estado de Israel. Até pouco tempo atrás, nunca havia sido autorizado expulsar o povo de um território para construir um Estado artificial. Trata-se de acabar com um Estado que, para ser construído, expulsou e matou o povo de um território. Não existe nenhuma legitimidade para isso. Não existe justificativa bíblica para isso”, enfatizou.
Edição: Lucas Wilker