É preciso derrotar a extrema-direita no mundo
Na semana passada vimos um atentado ao ex-presidente e candidato à eleição presidencial nos Estados Unidos Donald Trump. Acontecimento que ficará marcado na história da conturbada democracia americana e que muda a corrida presidencial.
Joe Biden, candidato à reeleição, depois de muita pressão e após o atentado a Trump, abriu mão da candidatura a reeleição, apoiando a sua atual vice-presidente Kamala Harris para ser a candidata do partido Democrata.
Acompanhamos nesses últimos dias um grande frenesi na imprensa brasileira e também nas redes sociais, sobre as reviravoltas da eleição presidencial nos EUA. Muitas análises políticas e econômicas. Mas afinal, qual a relação destas eleições com a democracia no Brasil?
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A vitória do Trump significaria a volta da extrema-direita na presidência do país mais rico e armado do mundo. Mais que isso, significa o fortalecimento das ideias retrógradas e o patrocínio de lideranças políticas em diversos países. Trump é golpista, não aceitou o resultado das eleições em 2019.
Do outro lado temos uma candidata mulher, negra e filha de imigrantes que agrada mais o perfil progressista. Kamala Harris é apoiadora e articuladora pró Israel no governo, a favor, portanto, do genocídio do povo palestino. Seu histórico como promotora é marcado por uma atuação bastante tradicional em relação às populações mais pobres, de negros e de imigrantes. O que lhe rendeu muitas críticas de organizações de igualdade étnica e de direitos humanos.
Os dois candidatos estarão a serviço dos interesses econômicos, políticos e militares dos EUA, o que implica na produção de guerras, na intervenção em países, na dependência econômica dos países do sul global. O que não diminui a importância da derrota de Donald Trump. Um novo governo dele dará força a extrema-direita mundial. Colocando em risco a já frágil democracia e os direitos fundamentais.
Brasil é laboratório da extrema-direita mundial
Esse cenário traria repercussões no Brasil, já que, aqui, temos uma força de extrema-direita que busca obter vitórias nas eleições de 2024 e 2026. E segue fazendo uso massivo de notícias falsas nas redes sociais, disseminando ódio e intolerância.
Quando da tentativa de golpe no Brasil, em 8 de janeiro de 2023, foi importante para a manutenção do resultado das urnas em 2022, o apoio de Joe Biden. O golpe bolsonarista se frustrou, também, em função da falta de apoio dos EUA.
Política externa dos EUA promove extermínios, guerras e crise ambiental
O governo Lula ocupa um espaço de destaque nas articulações internacionais, tem sido uma voz importante contra o genocídio palestino, no combate a forme e as mudanças climáticas.
Numa possível vitória de Trump, a política internacional do Brasil, que hoje ocupa lugar de destaque, ficará fragilizada pelo negacionismo político da extrema-direita articulada internacionalmente. O que afetará diretamente a democracia interna no país e a implementação de um projeto que promova a justiça econômica, social e política, além da reconstrução das instituições democráticas.
É preciso derrotar a extrema-direita no mundo e também a política externa dos EUA que promove extermínios, guerras, dependência econômica e crise ambiental.
Edição: Elis Almeida