Belo Horizonte tem nove nomes confirmados para disputar a prefeitura nas eleições municipais de 2024. O balanço das convenções partidárias realizadas nos últimos dias, que definiram quem serão os candidatos a prefeito e vice-prefeito do município, confirma cenário entre esquerda e extrema direita.
“Diria que, do ponto de vista de posicionamento, praticamente metade são candidaturas progressistas, a outra metade entre direita e extrema direita. Então, sem dúvida, a gente tem um quadro que tende a se polarizar, como, aliás, tem sido as últimas eleições no Brasil e nas cidades”, avalia Ângela Carrato, professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
No campo progressista, o candidato apoiado por Lula (PT), Rogério Correia (PT), se aliou à deputada estadual Bella Gonçalves (Psol), que entra como candidata a vice-prefeita. A convenção chamada de “BH da Esperança” foi realizada no domingo (4), e conta com apoio de seis partidos: PT, PCdoB, PV, Rede, PCB e PSOL. Dias antes, aproximadamente 250 movimentos populares, sindicatos, artistas, pesquisadores e lideranças comunitárias lançaram um manifesto em apoio à chapa.
“Belo Horizonte é uma cidade progressista. Se pensarmos nas décadas recentes, a cidade elegeu três vezes candidatos do PT, ou aliados do PT, como Célio de Castro, Patrus Ananias e Fernando Pimentel. Foram excelentes administrações, e isso deixou marca na cidade. O PT tem uma história muito positiva em Belo Horizonte e isso está na memória, pelo menos de quem tem um pouco mais de 30 anos de idade”, destaca Ângela Carrato.
A deputada federal Duda Salabert (PDT) também oficializou a candidatura no mesmo dia e entra na disputa ao lado do professor Francisco Foureaux, que será candidato a vice.
Direita e extrema direita
Com apoio de Romeu Zema (Novo) e do ex-prefeito Alexandre Kalil, o deputado estadual Mauro Tramonte (Republicanos) entra na disputa como candidato a prefeito, e Luisa Barreto (Novo) completa a chapa como vice. Sua convenção foi realizada na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), no sábado (3).
Já o bolsonarista Bruno Engler (PL), oficializou sua candidatura à prefeitura no domingo (4), sem a presença de Jair Bolsonaro, como era esperado. Sua vice será a Coronel Cláudia (PL). No mesmo dia, Carlos Viana (Podemos) também realizou convenção para cravar sua candidatura. Apesar disso, o candidato ainda não tem vice.
Fuad Noman (PSD) tenta a reeleição ao lado do candidato a vice Álvaro Damião (União Brasil).
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Popularidade em queda
Para ngela, a polarização que a cidade deve enfrentar será um rebatimento da polarização em nível nacional, pois as candidaturas de extrema direita da capital mineira são figuras ligadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro e outros perfis associados ao seu posicionamento político.
“Essas figuras vão tentar surfar nessa onda, mas eu acho que eles estão ‘lascados’, porque Bolsonaro tem um tanto de denúncia - joias, golpismo, a questão das vacinas, adulteração da carteira de vacinação, etc-. A situação dele é muito ruim, é uma uma figura a caminho de responder processo. Vai chegar o momento em que as pessoas vão ter vergonha de ter o Bolsonaro por perto”, observa.
Ao contrário, segundo ela, a gestão de Lula, com o retorno de programas sociais, dá aos setores progressistas muitas referências para mostrar e convencer os eleitores.
Quem mais disputa?
Outras candidaturas confirmadas são as de Indira Xavier (UP), para prefeita, acompanhada de Geraldo Neres (UP), como vice; Wanderson Rocha (PSTU), para prefeito, com a candidata a vice Andrea Carla Ferreira (PSTU); e Gabriel Azevedo (MDB), para prefeito, com o candidato a vice Paulo Brant (PSB).
Edição: Ana Carolina Vasconcelos