Minas Gerais

EM LUTA

Em escola de Vespasiano (MG), alunos e professores se mobilizam contra medidas de Zema

Servidores denunciam retrocessos como o Projeto Somar e o Regime de Recuperação Fiscal

Belo Horizonte (MG) | Brasil de Fato MG |
Apoio em massa de alunos é o diferencial da manifestação - Foto: Cida Moreira

Para denunciar medidas do governador Romeu Zema (Novo), como o Regime de Recuperação Fiscal (RRF), o Projeto Somar e cortes salariais, professores e alunos da  Escola Estadual Machado de Assis, em Vespasiano, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), organizam manifestação para esta quinta-feira (15). A mobilização acontecerá em frente à escola, localizada no bairro Názia, a partir das 7h. 

“O projeto do governo, de modo geral, é precarizar a educação, até mesmo para ter financiamento do setor privado, para ganhar lucro com isso”, denuncia Charles Gonçalves, um dos professores da escola. 

Segundo ele, a justificativa do governo, sobretudo com o projeto Somar, é a melhoria do sistema educacional, mas, na prática, trabalhadores em educação e a comunidade escolar sairão prejudicados. 

A iniciativa, que começou a ser executada em programa-piloto dois anos atrás, consiste em “compartilhar” a gestão da educação pública com Organizações da Sociedade Civil (OSCs). 

Para o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (SindUTE-MG), o projeto visa retirar do Estado a responsabilidade por garantir o acesso à educação pública e de qualidade para milhares de crianças e jovens. 

“O Projeto Somar transfere a gestão escolar para OSCs e tira do governo a responsabilidade pelas escolas públicas. Embora afirme se tratar de um processo de gestão compartilhada, de fato, o governo entrega os recursos financeiros e toda a administração das escolas. E a implementação do processo de ensino e aprendizagem ficam sob controle dessas organizações”, explicou o sindicato, em nota.

:: Leia também: RRF ou Propag? Entenda como funcionam as duas propostas de solução da dívida de MG com a União ::

Luta compartilhada

Na Escola Estadual Machado de Assis, o diferencial da manifestação é o apoio em massa dos alunos, que, desde o início do processo, têm estado ao lado dos professores. 

“Os alunos têm se empenhado e se organizado, em especial os alunos do segundo ano [do ensino médio], e têm se colocado à disposição para demonstrar para toda a cidade e a todos os moradores como que isso [a luta] funciona”, observa Charles. 

Após diversos debates nas salas de aula, segundo o professor, os alunos se colocaram na condição de entender que a luta não é apenas dos professores e trabalhadores da educação, mas sim pela defesa do próprio sistema e de uma educação pública de qualidade. 

Edição: Ana Carolina Vasconcelos