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Eleições e mineração: varrer das prefeituras os “capachos” de mineradoras

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A mineração predatória é uma triste realidade em todo o nosso estado. - Guilherme Weimann/ MAB
A mineração predatória é uma triste realidade em todo o estado

Moradores de Ouro Preto e Mariana tiveram a oportunidade de denunciar, em Audiência Pública na Assembleia Legislativa, dia 19 de agosto, a ameaça de expansão da atividade minerária predatória na região. Trata-se do Projeto Longo Prazo, da mineradora Samarco, ligada à Vale, exatamente a mesma responsável pelo rompimento da barragem de Fundão há 9 anos, que ceifou ao menos 19 vidas e soterrou toda a comunidade de Bento Rodrigues.

Para piorar, o empreendimento deve afetar justamente o Novo Bento Rodrigues, projeto de reassentamento entregue pela mineradora às famílias da comunidade destruída. Projeto ainda incompleto e sem atender às demandas das comunidades.

A mineração predatória é uma triste realidade em todo o nosso estado. Na capital, o abastecimento de água pode ser afetado por projetos de exploração mineral defendidos pelo governador Romeu Zema (Novo) e a maior parte dos partidos de direita. No Vale do Jequitinhonha, a bola da vez é o lítio, mineral estratégico cuja exploração descontrolada tem afetado modos de vida e contaminado as águas, afetando diversas comunidades.

História de Minas

A história da mineração em Minas Gerais mostra que a mera regulação dessa atividade econômica não tem sido suficiente para prevenir a ocorrência de crimes ambientais e violações de direitos humanos. E, quando ocorrem, o Estado tem sido incapaz de punir de maneira eficaz os responsáveis e obrigá-los a reparar os danos causados, que, na maior parte das vezes, são irreparáveis. 

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Em grande medida, isso ocorre porque vivemos em uma situação de dependência econômica em relação à mineração: quando ela chega a uma localidade, inviabiliza outras atividades econômicas como, por exemplo, a agricultura, por contaminar e usar um excessivo volume de água. Assim, as grandes empresas mineradoras desenvolvem nas localidades e a nível estadual um poder político que é potencializado pelo seu também enorme poder econômico.

A superação da dependência da mineração e o desenvolvimento de um novo modelo mineral para o nosso estado é não apenas possível como urgentemente necessário.

Eleições e mineração

Neste ano, a mineração deve estar na agenda do debate eleitoral nos municípios onde há mineração e naqueles em que grandes empresas mineradoras tentam entrar. Nós, eleitores, precisamos saber qual é a opinião dos candidatos sobre a mineração e sua relação com as empresas mineradoras.

É fundamental elegermos representantes comprometidos com a participação popular nas decisões e nos lucros gerados pelos nossos minérios, bem como varrer de nossas prefeituras e câmaras municipais aqueles que são “capachos” de mineradoras.

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Edição: Elis Almeida