Minas Gerais

ILEGAL

Trabalhadores denunciam que gestão da Copasa pressiona leituristas a se demitirem

Sindicato afirma que os profissionais que não seguem a orientação são punidos com transferências

Belo Horizonte (MG) | Brasil de Fato MG |
Foto - Divulgação/Copasa

Trabalhadores da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) denunciam práticas irregulares por parte da gestão da empresa, que, durante o governo de Romeu Zema (Novo), é constantemente ameaçada de privatização. Segundo o sindicato que representa a categoria, os leituristas estão sendo pressionados a se demitirem, para que profissionais terceirizados assumam suas funções. 

“Trabalhadores são tratados como ‘coisas’, desrespeitados e ‘chicoteados’ por torturas psicológicas. Essa é a situação em que foram ‘sacrificados’ os leituristas e atendentes da Copasa, para entregar suas atividades a empresas terceirizadas do gosto da gestão zemista”, disse o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Purificação e Distribuição de Água e em Serviços de Esgotos do Estado de Minas Gerais (Sindágua-MG), em nota

Transferências irregulares

De acordo com a entidade, o Programa de Desligamento Voluntário Incentivado (PDVI) da empresa tem provocado um quadro de desligamentos em massa na Copasa, que perdeu, nos últimos meses, funcionários com mais de 20 anos de experiência. 

“Ou aceitavam as condições para se desligarem ou seriam punidos, como acontece agora, com trabalhadores sendo obrigados a aceitar realocação para até 1000 km de distância de seus locais de domicílio”, exemplifica o Sindágua-MG. 

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Na avaliação do sindicato, a empresa fere os artigos 468 e 469 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que garante ao trabalhador bônus em casos de transferências, entre outros direitos. 

No início deste mês, o Sindágua-MG acionou a Justiça e solicitou tutela de urgência para suspender as transferências. Na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), o deputado estadual Betão (PT) fez um pedido de requerimento para que a Casa Legislativa solicite à Copasa a suspensão das demissões e dos realocamentos dos trabalhadores. 

“Essa é mais uma tentativa descarada do governo Zema de intimidar trabalhadores e sucatear a Copasa. Forçar a adesão ao PDVI, intimidar servidores e dar como ‘opção’ a transferência é desonesto. Além disso, segundo a CLT, em período eleitoral, essa mudança não é prevista em lei”, publicou o parlamentar nas redes sociais. 

O outro lado


O Brasil de Fato MG entrou em contato com a Copasa para comentar sobre as denúncias e aguarda o posicionamento da empresa.

Edição: Elis Almeida