Zema trata o Estado como um balcão de negócios
Em um ato de extremo autoritarismo, atropelando a opinião da população, a luta do funcionalismo público e dos movimentos populares, e os deputados estaduais, o governador Romeu Zema (Novo) publicou um decreto que aprova um teto de gastos para o Estado, congelando salários, a carreira dos servidores públicos e a realização de concursos.
O decreto impacta diretamente a população mais pobre, que é a que mais precisa das políticas públicas, como saúde, educação, saneamento e tantas outras.
O decreto é inconstitucional, obviamente, pois o governador não pode legislar por decreto. Sua publicação se deu justamente porque ele não tem votos suficientes na Assembleia Legislativa para aprovar tamanha agressão ao povo mineiro.
O teto de gastos e todas as condicionantes impostas pelo Regime de Recuperação Fiscal são medidas já testadas no âmbito nacional e em muitos estados. O resultado é sempre o mesmo: a economia cai e, com ela, caem também o emprego, a renda e a arrecadação do Estado, aumentando a pobreza e a desigualdade.
Romeu Zema não é apenas um mal gestor, que endividou Minas Gerais e liberou geral para as mineradoras, sem nenhuma contrapartida para o povo mineiro. Ele representa o “antiestado”, “antidesenvolvimento” e “antipovo”. O governador não compreende o que vem a ser o interesse “público”, “comum” e “coletivo”, apenas enxergando os interesses privados, particulares e individuais, regidos pelo mercado. Sua visão de mundo é contra o social.
Por isso, a sanha dele, desde a sua primeira eleição, em 2018, em atacar os trabalhadores da educação, da saúde e das empresas públicas, como Cemig e Copasa, buscando, ao longo de todos esses anos, aprovar arrochos salariais.
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Zema segue sendo um comerciante e, para ele, o Estado é um balcão de negócios, a serviço dos interesses do mercado. Sua gestão carece de projeto e de propostas, mesmo tendo sido beneficiada por cinco anos e meio de isenção de pagamentos das parcelas da dívida do Estado com a União. O governador não deixará nenhum legado significativo para Minas Gerais.
Além dos bilhões que deixou de pagar ao governo federal, teve acesso ao acordo de mais de R$ 30 bilhões com a Vale, dinheiro que foi muito útil para sua reeleição, mas não trouxe nenhum saldo positivo para o povo mineiro e para os atingidos pelos crimes da mineradora.
A gestão de Romeu Zema precisa chegar ao fim, para o bem do povo mineiro, e sobretudo, precisa ser derrotada nas urnas em outubro. Na capital, por exemplo, o governador apoia Mauro Tramonte. Que os eleitores de Belo Horizonte, boa parte deles servidores públicos e usuários dos serviços públicos, façam uma escolha melhor para a cidade.
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Edição: Ana Carolina Vasconcelos