‘A reforma agrária é uma pauta urgente’, afirma professor
Em parceria com o Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) realiza, entre os dias 9 e 12 deste mês, a segunda edição da Jornada Universitária em Defesa da Reforma Agrária (Jura).
Há 11 anos, em todo o país, o evento acontece em mais de 70 instituições de ensino superior e, em 2024, comemora os 40 anos do MST, com ampla programação cultural, oficinas e mesas de debate nos campi universitários de Ouro Preto e Mariana.
Leonardo Nogueira, professor do departamento de serviço social da universidade e membro da organização da Jura, ressalta a importância da jornada como um espaço de diálogo, formação e debates abertos ao público.
“É fundamental para pensarmos a produção de conhecimento, pesquisa e extensão, em parceria com o desenvolvimento da sociedade brasileira e considerando as necessidades do povo. A reforma agrária é uma pauta urgente, para pensar a nossa própria sobrevivência e um projeto de país” afirma o professor, em entrevista a TV UFOP.
Arte, cultura e projeto de sociedade
O lema da segunda edição da Jura na instituição é “MST: 40 anos de luta e construção” e a jornada contará com seu primeiro festival de arte e cultura da reforma agrária, em parceria com a pró-reitoria de extensão e com o Ocupa Motim, coletivo de estudantes e professores da universidade.
“A luta pela terra também se faz no âmbito da cultura e da arte, onde ocorre o diálogo com experiências culturais e artísticas de Minas Gerais e a valorização da cultura popular”, explica Nogueira.
Com a intenção de promover um intercâmbio entre os saberes acadêmicos, populares e o debate sobre o tema da reforma agrária, o evento aborda discussões fundamentais para a sociedade, como a soberania alimentar e a consolidação dos modelos de produção agroecológicos e sustentáveis. É o que explica o professor.
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“O MST dialoga com a sociedade, a partir da produção de alimentos saudáveis, por meio de novas estratégias, outros meios de se estabelecer no campo e um outro modelo mais sustentável do que o que temos hoje, pautado na agroecologia”, explica Leonardo.
“Celebrar os 40 anos do MST é muito importante e ficamos muito contentes pela parceria com o movimento e pela oportunidade de trazê-lo aqui para a universidade”, continua.
Debate sobre mineração
O professor também destaca a participação do Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM) na construção da Jura deste ano, contribuindo para o debate sobre o modelo predatório da mineração em Minas Gerais.
“O tema da mineração é fundamental de ser debatido e, nessa perspectiva de articulação com os movimentos sociais, nós também trouxemos esse diálogo com o MAM, entendendo que é preciso discutir um outro projeto de mineração, no qual as pessoas que vivem nos territórios atingidos também possam discutir os rumos da mineração e não tenhamos mais uma mineração predatória, que só atenda aos interesses das grandes corporações”, conclui Leonardo.
Além de promover a presença dos movimentos populares no ambiente acadêmico, a jornada conta com atividades de visita a áreas de assentamentos do MST. Todas as atividades são gratuitas e abertas à comunidade interna e externa da UFOP. Porém, para participar, é necessário se inscrever, por meio de um formulário online, disponível no perfil do Instagram da Jura UFOP.
Edição: Ana Carolina Vasconcelos