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Eleições em BH: uma escolha nada difícil

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Reprodução - Divulgação
Engler é o candidato de Bolsonaro e Tramonte é o candidato de Zema

É possível que, em 2018, parte dos eleitores de Jair Bolsonaro (PL) não imaginassem que, dois anos depois, o mundo enfrentaria uma pandemia que deixaria milhões de mortos, enquanto o presidente chamava a covid-19 de “gripezinha”.  Apenas no Brasil, foram mais de 700 mil vidas perdidas, o que representa cerca 11 estádios do tamanho do Mineirão completamente lotados. 

Significa também que, assim como eu, você provavelmente perdeu ou conhece alguém que perdeu um ente querido, como consequência da política genocida, ultraliberal, neofascista e negacionista que vinha em curso no país. 

Também pode-se imaginar que, entre os que votaram pela reeleição de Romeu Zema (Novo) em 2022, alguns não esperavam ter o salário congelado, enquanto assistem ao governador conceder a si mesmo 300% de reajuste.  

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Ao todo, são aproximadamente 625 mil servidores públicos em Minas Gerais — provavelmente, você também conhece algum —, boa parte deles com salários que mal dão para colocar comida na mesa de casa. 

Pode parecer que uma situação pouco tem relação com a outra, mas são parte de um mesmo projeto. Bolsonaro e Zema são peças do que há de pior na política brasileira, a extrema direita. 

Na prática, eles representam o ódio aos trabalhadores; o negacionismo; a sanha por enriquecer ainda mais os empresários, entregando o patrimônio público e retirando direitos da população; a destruição do meio ambiente; e a tentativa de impedir que o povo entre na história e construa uma realidade digna para se viver. 

Bolsonaro, Zema, Tramonte e Engler jogam no mesmo time

Existe um ditado popular que afirma que “cachorro picado por cobra tem medo de linguiça”, ou seja, quem já sofreu uma vez, não se arrisca a nada que seja nem mesmo parecido com aquilo que o atacou. 

É por isso que a escolha para a prefeitura da capital mineira não deveria ser nada difícil. Bruno Engler (PL) é o candidato de Bolsonaro e Mauro Tramonte (Republicanos) é o de Zema. Ainda que estejam em chapas diferentes, os quatro representam os mesmos interesses, que em nada combinam com os anseios  populares. 

BH merece mais

Em contraponto, temos em Belo Horizonte uma opção apoiada por mais de 200 movimentos populares, que conseguiu o feito histórico de unificar em uma mesma chapa os principais partidos da esquerda mineira, e que guarda profunda relação com a história de lutas e desenvolvimento social da capital mineira.  Rogério Correia (PT) representa o projeto que derrotou o bolsonarismo nas urnas em 2022, o de Lula.

BH merece ter educação, saúde, segurança e transporte de qualidade

As eleições municipais deste ano são, ao mesmo tempo, uma oportunidade de dizer não, mais uma vez, à extrema direita e de avançar na retomada da construção democrática em nossos municípios e no país. 

Nossa cidade, que tem um povo que luta, resiste e, mesmo diante das adversidades, sabe ser feliz, merece ter educação, saúde, segurança e transporte de qualidade. Nossa cidade, que já foi conhecida como “cidade jardim”, precisa retomar seu compromisso com o meio ambiente e com o desenvolvimento sustentável. 

Nossa cidade, responsável por gestar políticas públicas que inspiraram todo o país, como o Orçamento Participativo e os Restaurantes Populares, precisa reaprender a cuidar do seu povo. 

Uma cidade que não pode ter Tramonte e Zema ou Engler e Bolsonaro na prefeitura.

 

Edição: Elis Almeida