Minas Gerais

ARTIGO DE OPINIÃO

Nova Lima (MG): voto útil na esquerda e a fiscalização necessária no município

“Votar em um candidato de esquerda que tem chances reais de ser eleito é fortalecer a fiscalização da gestão pública”

Nova Lima (MG) |
Nova Lima - Reprodução/ Facebook

por Rafaela Araújo*

Aqui, bem pertinho da capital mineira, está Nova Lima, uma cidade fundamental para o desenvolvimento da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). 

Com suas riquezas naturais, especialmente as áreas de preservação ambiental e nascentes de águas que abastecem a capital, além de ser um polo estratégico para a mineração, Nova Lima tem um papel de destaque  na economia e na sustentabilidade da região. 

Porém, com essa importância, vem a responsabilidade de gerir um orçamento bilionário e  de equilibrar os interesses econômicos e ambientais, algo que só é possível com uma fiscalização rigorosa e uma Câmara de Vereadores independente.

O cenário eleitoral para a prefeitura, no entanto, já parece decidido. Segundo as últimas pesquisas, o atual prefeito, candidato à reeleição, lidera com ampla vantagem. Mas é justamente aí que mora o perigo: com uma Câmara quase inteiramente alinhada ao executivo, a cidade corre o risco de aprovar projetos sem o devido debate ou fiscalização, o que pode comprometer os recursos públicos, o futuro do meio ambiente e a qualidade de vida dos moradores.

Em uma cidade tão rica, não apenas em recursos naturais, mas também em desafios de desenvolvimento sustentável, a ausência de oposição efetiva na Câmara pode ser desastrosa. 

É aqui que entra a importância do voto útil na esquerda, mais especificamente no Partido dos Trabalhadores (PT). Neste cenário, o PT se destaca como a única força de esquerda com reais chances de eleger vereadores capazes de garantir a fiscalização necessária ao executivo. 

Votar no PT é garantir que haja uma voz ativa, que cobre a aplicação correta dos recursos, especialmente quando se trata de projetos que envolvem o meio ambiente e o uso das águas, temas sensíveis e essenciais para toda a RMBH.

Agora, você pode se perguntar: “mas meu candidato tem mesmo chance de ganhar?”. Em uma eleição, é importante pensar em quem tem mais chances de se eleger e fazer a diferença. 

O chamado “voto útil” é isso: votar em candidatos que possam realmente ocupar uma cadeira na Câmara e garantir que haja oposição, que alguém esteja lá para fiscalizar e cobrar a prefeitura. 

Votar em um candidato de esquerda que tem chances reais de ser eleito é fortalecer a fiscalização da gestão pública. Isso garante que o executivo seja mais transparente e que os recursos públicos sejam usados da melhor maneira possível, sem desperdícios e favorecimentos.

Entretanto, não basta votar no PT como legenda. É fundamental garantir que seu voto vá para candidatos verdadeiramente comprometidos com os princípios e bandeiras do partido, e não para aqueles que usam a sigla como mera "legenda de aluguel". 

Em uma cidade tão importante, não podemos nos dar ao luxo de escolher vereadores que não estejam genuinamente alinhados com as causas sociais, ambientais e de transparência na gestão pública.

O papel de um vereador vai muito além de aprovar ou rejeitar projetos. Ele também fiscaliza, investiga e cobra transparência. Em uma gestão com tanto dinheiro público envolvido, é fundamental ter vereadores que não tenham medo de questionar e exigir que cada centavo seja bem aplicado.

Quando o legislativo e o executivo caminham sem oposição, quem perde é a população, que deixa de ter suas demandas devidamente representadas.

Os candidatos verdadeiramente petistas estão comprometidos em lutar por uma gestão pública mais transparente e eficiente. Eles têm propostas claras e viáveis para trazer o debate de volta à Câmara e garantir que o executivo preste contas de suas ações. Mais do que nunca, é preciso eleger vereadores que tenham coragem e independência para fiscalizar o prefeito.

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Se todos os vereadores eleitos forem alinhados ao prefeito, o risco é de que as decisões sejam tomadas sem discussão, aprovando projetos que nem sempre refletem os interesses da maioria. 

Em uma cidade como Nova Lima, onde o dinheiro público é abundante, mas as desigualdades persistem, não podemos nos dar ao luxo de ter uma Câmara passiva. Além disso, a cidade abriga importantes áreas de preservação ambiental e de captação de água para a capital, o que torna a fiscalização ainda mais vital para garantir que o desenvolvimento econômico não comprometa os recursos naturais.

Portanto, neste ano, o voto útil na esquerda, no PT, é essencial para garantir o equilíbrio de poder e a fiscalização necessária. Não basta apenas votar no partido, é preciso votar em candidatos verdadeiramente petistas, que estejam comprometidos com o projeto de transformação social que o partido representa. 

Votar em candidatos com reais chances de vitória e com verdadeira identificação com o PT é a melhor maneira de garantir que a Câmara tenha pluralidade de vozes, que o prefeito seja devidamente fiscalizado e que a população tenha suas demandas atendidas de forma justa e transparente. Em uma eleição com um cenário tão definido, o voto útil é um ato de responsabilidade com o futuro de Nova Lima e de toda a RMBH.

Rafaela Araújo é jornalista, professora, mãe e nova-limense.

Este é um artigo de opinião. A visão da autora não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato MG.

Edição: Ana Carolina Vasconcelos