Minas Gerais

ELEIÇÕES 2024

Baixa frequência e poucas propostas: veja como é a atuação de Bruno Engler na ALMG

Candidato à PBH apresentou apenas 6 projetos entre 2023 e 2024; sozinho, um deputado do PT protocolou quase 200

Belo Horizonte (MG) | Brasil de Fato MG |
Foto - - Reprodução

O segundo turno das eleições para a prefeitura da capital mineira será disputado pelo atual prefeito, Fuad Noman (PSD), e pelo deputado estadual Bruno Engler (PL). Em razão da continuidade do bolsonarista no pleito, nas últimas semanas, colegas de parlamento, dirigentes políticos e militantes sociais criticaram a atuação de Engler na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Segundo eles, o candidato falta a muitas reuniões e apresenta poucas propostas. 

Ausências

Segundo o Diário do Legislativo, neste ano, Engler faltou a 55,14% das reuniões do plenário da ALMG. Nessas reuniões são debatidos e aprovados projetos de lei que impactam diretamente a vida da população. 

Um dos encontros em que o deputado não estava presente aconteceu no dia 21 de fevereiro e discutiu sobre temas como a criação de um programa de orientação e prevenção do câncer do intestino, a comunicação de denúncias sobre violência doméstica e familiar, entre outros. 

Bruno Engler também faltou à reunião do dia 19 de março, que, entre outras, analisou o veto de Romeu Zema (Novo) a uma proposta de proteção ao consumidor contra contratações abusivas de produtos. 

:: Leia também: Doadores de Engler (PL) têm ligação com mineração e empresa com histórico de ‘trabalho escravo’ ::

Ao considerar o período que compreende os dois mandatos do candidato, entre 2019 e setembro de 2024, ele acumula aproximadamente 47% de ausências.

O deputado também é membro de duas comissões da ALMG e, mesmo o regimento da Casa estabelecendo que só são permitidas cinco ausências consecutivas ou 10 alternadas nas reuniões ordinárias, Bruno Engler já acumula oito faltas nos encontros da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e 13 na de Direitos Humanos. 

Poucas propostas legislativas

Além das ausências em plenário, o candidato também tem sido criticado por ser pouco propositivo na sua atuação parlamentar. Na atual legislatura, que começou em 2023, ele apresentou apenas seis projetos de lei (PL)

Por isso, entre os 77 deputados, ele está na 65ª posição no “ranking” dos que mais apresentaram propostas. Apenas Jean Freire, do Partidos dos Trabalhadores (PT), já apresentou quase 200 projetos. 

Os poucos PLs de autoria de Bruno Engler tratam de temas como a redução de direitos de pessoas em situação de privação de liberdade, valorização de artes marciais e “impedimentos aplicados aos ocupantes de prédios do Estado”. 

Ao se considerar os últimos seis anos, o deputado apresentou apenas 74 projetos e conseguiu aprovar só oito. 

Atualmente, o salário mensal dos deputados estaduais de Minas Gerais é de mais de R$ 33 mil. 

Voto pela retirada de direitos

Membro da base do governador na ALMG, Engler se absteve na votação de 300% de reajuste salarial para Romeu Zema e na votação sobre a Reforma Administrativa, que modificou a estrutura de fiscalização e concessão de licenciamento ambiental do estado. 

“Nesses casos, a abstenção somou forças para que o projeto fosse de fato aprovado”, avaliou a cientista social Lucileia Miranda, ao Brasil de Fato MG

Além disso, ele votou favorável ao projeto de lei 2.803/2021, que concede benefícios fiscais às locadoras de veículos. A medida ficou conhecida como “Lei Salim Mattar”, por favorecer os sócios da empresa Localiza, doadores de campanha de Zema. 


 

Edição: Elis Almeida