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Coluna

Eleição municipal de Belo Horizonte: uma simples escolha

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Foto: Luiz Santana - ALMG
Engler é um deputado estadual sem qualquer experiência na administração pública

O que queremos da prefeitura de Belo Horizonte em nossas vidas? Responder a essa simples pergunta pode nos ajudar na escolha de nosso próximo prefeito. 

Postos de saúde; UPAs; maternidades funcionando adequadamente; Escolas Municipais de Educação Infantil (Emeis) e escolas municipais oferecendo educação pública, gratuita e de qualidade; participação do povo na definição de pelo menos uma parte do orçamento municipal; transporte acessível e de qualidade; lixo  recolhido com regularidade; políticas sociais que respeitem o direito à dignidade e à diversidade humana; e ruas iluminadas e seguras. Uma cidade na qual cada um dá de acordo com o que pode e recebe de acordo com o que necessita. Ter paz para viver. 

Quando escolhemos em que votar, devemos olhar para a capacidade de realizar mais políticas públicas

É uma lista extensa, porém, composta de coisas simples. Belo Horizonte tem aparelhos públicos capazes de ofertar o que precisamos para ter uma vida digna, mas, infelizmente, com investimento de recursos financeiros insuficientes para atender plenamente às necessidades da população. 

Políticas públicas

Aparelhos públicos são obras que abrigam instituições para efetivarem políticas públicas. As Emeis e os postos de saúde, que todos conhecemos e utilizamos, são exemplos de políticas públicas. Eu gosto de uma definição bem simples de política pública: tudo aquilo que o governo faz ou deixa de fazer. Assim, o prédio da Emei é um aparelho público e a unidade funcionando com tudo o que ela precisa, como educadoras e educadores e materiais didáticos, é uma política pública.

Quando escolhemos em que votar para prefeito devemos olhar para a capacidade dele de realizar mais políticas públicas, ou de pelo menos manter as que já existem funcionando. Se existe coleta de lixo, ela não pode parar; se tem UPA, ela não pode fechar. 

Quando escolhi o meu candidato no primeiro turno, Rogério Correia (PT), foi porque o partido do qual ele faz parte, o Partido dos Trabalhadores, criou, quando esteve à frente da prefeitura, importantes políticas públicas, como as próprias Emeis, a Guarda Municipal e o Orçamento Participativo. 

Além disso, o PT apoiou a criação de cooperativas de catadores de recicláveis, contribuindo para um melhor tratamento de lixo. Infelizmente, meu candidato não foi para o segundo turno e, agora, terei que escolher, entre os dois que foram, aquele que acredito que irá pelo menos manter o que conquistamos. 

Engler significa retrocessos

Por esse critério, acho que fica fácil de escolher. O Bruno Engler (PL) é um deputado estadual sem qualquer experiência na administração pública. Nunca foi funcionário público e não tem qualquer projeto na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) de criação ou de apoio para políticas sociais que precisamos. 

Todas as suas ações são voltadas para alimentar o ódio e o preconceito entre as pessoas. As políticas mais conhecidas apresentadas por Engler foram o “kit cloroquina” durante a pandemia de covid-19, negando a importância da vacinação, e a retirada de tomadas de energia elétrica dos presídios. 

Fuad pelo menos manteve os aparelhos públicos que necessitamos funcionando

A primeira é uma ofensa à humanidade, depois de milhares de famílias terem perdido entes queridos. A segunda é uma ofensa à inteligência, já que retirar tomadas de presídios, que já têm bloqueador de celulares, vai apenas gastar tempo e dinheiro do sistema carcerário. 

O pior é que essas propostas mostram bem a forma de pensar do candidato, que não tem qualquer preocupação com a melhoria de vida das pessoas. Ele pretende apenas usar graves problemas sociais para alimentar o que tem de pior na sociedade, a ignorância e o ódio, conquistar visibilidade nas redes sociais e atrair votos irrefletidos. 

Fuad é a melhor opção

Fuad Noman (PSD), apesar de todos os problemas que possa ter, no período em que está à frente da prefeitura, pelo menos manteve os aparelhos públicos que necessitamos funcionando e retomou o Orçamento Participativo, possibilitando que os bairros das periferias do município voltem a ter alguma participação na destinação de dinheiro público para obras em nossos aglomerados. 

Claro que, com ele, ainda teremos que nos mobilizar e lutar pela ampliação do atendimento das Emeis, pela melhoria e ampliação dos postos de saúde, pela ampliação dos recursos no Orçamento Participativo, por transporte gratuito e de qualidade e mais um tanto de coisa. 

Mas, até pra isso, devemos lembrar que a promessa do candidato da extrema direita, o tal Engler, é tratar nossos movimentos sociais, que se mobilizam por direitos, com violência e sem diálogo. Com Fuad, podemos, inclusive, ter melhores condições para lutar pelo o que queremos. Por isso, no segundo turno vou de 55.  Vamos votar pela democracia e contra o ódio.        

Edição: Ana Carolina Vasconcelos