Bruno Engler precisa ser associado imediatamente ao projeto de morte que ele defende
Por Iza Lourença
As eleições municipais em Belo Horizonte seguiram a tendência, que já prevíamos, do fortalecimento da extrema direita, representada especialmente pelo Partido Liberal (PL) e pelo Partido Novo, que tiveram a maior votação para a Câmara de Vereadores. Com força, o PL ainda conseguiu levar ao segundo turno da disputa pela prefeitura da capital mineira o seu candidato, Bruno Engler, um legítimo representante do projeto fascista, representado pelo bolsonarismo no Brasil.
Temos o dever de desmascarar o que está em jogo nestas eleições
É fato que boa parte da população belo-horizontina conhece essa figura, seja pelas milhares de bandeiras espalhadas pela cidade, pelas propagandas eleitorais pagas nas rádios mais ouvidas ou pela máquina bolsonarista que ainda opera nas redes sociais, principalmente no WhatsApp.
No entanto, também é fato que nem todo mundo sabe a qual projeto político Bruno Engler se filia. O candidato de Bolsonaro (PL) tem afirmado as pautas do conservadorismo, mas tem adotado um discurso menos polêmico do que o do seu “chefe”, os de seus parceiros Nikolas Ferreira e Cleitinho ou mesmo o de seu apoiador Pablo Marçal em São Paulo.
Essa é uma tática para crescer e ultrapassar o teto da sua base fiel. Nós, da esquerda, temos o dever de desmascarar o que realmente está em jogo nestas eleições. Sim, isso passa por eleger Fuad Noman (PSD) prefeito de Belo Horizonte e fazer campanha para que isso aconteça.
Tenho dito isso em todas as minhas entrevistas, não dizendo que o atual prefeito representa o nosso projeto político ou fazendo propaganda do programa que ele apresenta para a sociedade. Esse é o papel da campanha do Fuad e de seus aliados.
Precisamos, desde já, construir pontes para vencermos as eleições de 2026
Nós temos o dever de seguir fazendo a disputa de consciência da população sobre os perigos que a extrema direita representa para o nosso país e, desde já, construir pontes para vencermos as eleições de 2026.
Nas eleições de 2022, vimos com Lula que a margem que nos separa da extrema direita em Belo Horizonte não é tão larga assim. Isso nos exige fazer com que a cara de Bruno Engler seja associada imediatamente ao projeto de morte que ele defende, às mineradoras, à privatização de serviços públicos e à repressão às nossas expressões culturais.
Extrema direita representa perigo para o país
O que será do funk e do hip-hop? Ou mesmo do carnaval? O que será da educação pública, com a defesa do "empreendedorismo" e a censura de quem defende a "escola sem partido"? São essas questões que devemos levantar.
A unidade do nosso campo político segue sendo a tarefa mais importante para que sejamos vitoriosos. Isso se expressou no aumento considerável da bancada de esquerda na Câmara Municipal. Tenho defendido isso desde a minha primeira eleição em 2020, defendi em 2022 e sigo agora, inclusive após as eleições, batendo na mesma tecla. Precisamos de uma frente única de atuação, para disputar um projeto político coletivo e reconstruir a esperança no futuro.
Balanço da composição da Câmara Municipal
Tenho muito orgulho de ter contribuído para aumentar a bancada de esquerda na Câmara Municipal. As bancadas do PSOL, PT e PCdoB cresceram. Nossa resistência, sem dúvida, será maior e mais forte. Além de mim, elegemos mais três mulheres de esquerda: Cida Falabella, Juhlia Santos e Luiza Dulci.
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A agenda conservadora, com as pautas que atacam os direitos das mulheres, das LGBTQIAPN+ e que criminalizam a juventude negra, continuarão sendo articuladas por vereadores da extrema direita. Nós, da bancada de mulheres, temos o compromisso de fortalecer o feminismo e não deixar que mais direitos sejam retirados de nós. Não toleraremos preconceito.
Nossa resistência, sem dúvida, será maior e mais forte
Sei que a conjuntura que está por vir não será fácil, tampouco morna. E, com os mais de 21 mil votos que recebi, me sinto honrada e com grande responsabilidade para seguir lutando por um projeto de sociedade em que a maioria da população seja colocada no centro do orçamento.
Reafirmo também o compromisso com os movimentos sociais, porque nosso mandato é movimento e deve ser ainda mais enraizado. Vamos com tudo, para eleger Fuad e entrar em 2025 com unidade e disposição para derrotar de vez a extrema direita na cidade.
BH nunca foi eles, BH é nóis.
Iza Lourença é vereadora em BH pelo PSOL.
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Leia outros artigos de Iza Lourença em sua coluna no Brasil de Fato MG.
Edição: Ana Carolina Vasconcelos