Minas Gerais

Coluna

Zema e Engler: aliança pragmática e programática

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Reprodução - Guilherme Dardanhan e Elizabete Guimarães/ALMG
Projeto de ambos é de desmonte de políticas públicas

Para surpresa de quase ninguém, Romeu Zema e Bruno Engler se reuniram na quarta-feira (16) com o objetivo de selar o apoio do governador ao candidato do PL, para a prefeitura de BH, no segundo turno das eleições.

Zema não conseguiu emplacar a chapa Mauro Tramonte/Luiza Barreto, cuja candidatura começou a disputa com 30% de intenções de voto e foi minguando durante a campanha até atingir os 15%, efetivamente apurados no dia 6 de outubro. Nem mesmo as propagandas apelativas com o cabo eleitoral Alexandre Kalil, ex-prefeito de BH, foram capazes de reverter a situação.

Desde o início do pleito havia o alerta de que, embora Zema tenha apoiado Mauro Tramonte no primeiro turno, os projetos dos candidatos não se diferenciavam muito. Ambos são de partidos da base do governador na ALMG e se abstiveram ou votaram favoráveis a medidas como o aumento de 300% de Zema e seus secretários e a isenção de impostos para locadoras de veículos.

Políticas de negação e destruição

Zema nunca escondeu suas intenções de capturar o eleitorado bolsonarista e, além de sinalizar o apoio a Engler, foi a Goiânia, na terça-feira (15), para subir no palanque do candidato do PL, Fred Rodrigues, ao lado de Bolsonaro. Podemos dizer que essa aliança de Zema a candidatos da extrema direita é tanto pragmática quanto programática.

Candidato da extrema direita nega a ciência e é antivacina

Pragmática porque pretende a todo custo se cacifar para as disputas nacionais e quer o apoio de Bolsonaro. Programática porque nunca escondeu seu alinhamento com as principais políticas da extrema direita: negação da ciência, condutas antivacina, minimização da tragédia da pandemia da Covid-19, desmonte de políticas públicas, privatizações, favorecimento das mineradoras, desmonte das políticas ambientais e guerra ao funcionalismo público.

Essas são apenas algumas das políticas de destruição que seguem disputando as eleições em muitas cidades, inclusive em BH. Bruno Engler segue a mesma cartilha, com o agravante de ter sido um deputado, no mínimo, descompromissado. Faltou a mais de 55% das reuniões da Assembleia Legislativa.

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O primeiro turno das eleições de BH mostrou que Zema pode não ser um cabo eleitoral tão favorável na capital. Até agora as pesquisas apontam Fuad Noman com nove pontos à frente, mas para derrotar de fato esse projeto, o resultado das urnas no próximo dia 27 de outubro não pode deixar dúvidas.

Derrotar Bruno Engler com grande margem de vantagem é fundamental para que Belo Horizonte dê seu recado: não queremos nossa cidade destruída pelo projeto de Zema e Bolsonaro.

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Edição: Elis Almeida