Minas Gerais

TRANSTORNO

Moradores de Santa Bárbara (MG) protestam contra alarme falso da mineradora AngloGold Ashanti

Passeata buscou dialogar com a sociedade e pressionar a empresa e o poder público

Belo Horizonte (MG) | Brasil de Fato MG |
De acordo com estudo elaborado pela Fiocruz, a população está adoecida, receosa, com medo e pânico de se manter no território. - Foto: Divulgação/MAM

Famílias querem o rápido descomissionamento da barragem 

Moradores de Santa Bárbara, município da Região Central de Minas Gerais, se reuniram em protesto contra o acionamento indevido de sirene da barragem Córrego do Sítio II, da mineradora AngloGold Ashanti. O caso ocorreu na terça-feira, dia 29 de outubro e foi a sexta vez, desde 2019, que a empresa causou pânico na população sem necessidade real. 

:: Entenda: Pela 6ª vez, mineradora soa alarme falso em Santa Bárbara (MG) e causa transtorno aos moradores::

A manifestação, que ocorreu no sábado (2), teve concentração no trevo de Barra Feliz. Em comunicado ao Brasil de Fato MG, a empresa não explicou o porquê do acionamento indevido, apenas lamentou o ocorrido. 

A ausência de comunicação é um dos pontos de conflito entre a mineradora e as comunidades, e também um dos motivos da mobilização. Segundo o Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM), essas repetidas situações têm colocado a população em situação de desespero e total insegurança. 

De acordo com estudo elaborado pela Fiocruz, a população está adoecida, receosa, com medo e pânico de se manter no território.

O que reivindica o movimento?

O ato começou às 9h, em uma passeata que buscou dialogar com a sociedade e pressionar a mineradora e o poder público. Um dos objetivos foi exigir o descomissionamento célere da barragem para tranquilidade das comunidades. 

Além disso, os manifestantes pediram por uma equipe de saúde especializada em recuperação de traumas para atender de maneira efetiva as famílias; a garantia de moradia temporária para famílias que sentirem necessidade; e reparação integral de danos e impactos socioeconômicos decorrentes das violações de direitos humanos e dos prejuízos ao bem-estar da comunidade.

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“A comunidade de Santa Bárbara clama por atenção e respeito às suas demandas, buscando a proteção de seus direitos e a garantia de que suas preocupações sejam levadas a sério”, destacou o MAM, em nota.

Relembre

Em outubro de 2022, a estrutura, que abrigava um volume de rejeitos semelhante ao da barragem da Vale que rompeu em 2019, em Brumadinho, foi classificada como nível 1 de alerta, após o surgimento de uma trinca com 12 centímetros de largura e 60 metros de comprimento. 

Em maio de 2023, foi encontrada uma trinca de mais de 300 metros de comprimento e aproximadamente dois centímetros de largura. À época, a barragem ficou em situação de emergência e os atingidos em alerta.

:: Saiba mais: Em Santa Bárbara, barragem tem trinca de 300 metros e moradores denunciam descaso de mineradora ::

 

 

Edição: Elis Almeida