Projeto já ocorreu em 1.249 municípios envolvendo 2.371 instituições de ensino superior
Por Mônica Abranches
O ano de 1989 marcou o encerramento das atividades do Projeto Rondon como um programa de governo que havia nascido em 1970. O presidente José Sarney extinguiu a Fundação Projeto Rondon por meio da Medida Provisória nº 28, de 15 de janeiro de 1989. A Fundação, com sedes em todas as regiões, atuava no Brasil com profissionais técnicos e estagiários das universidades atendendo as demandas das comunidades mais vulneráveis do país em cada um dos estados brasileiros.
Diante desse retrocesso, rondonistas de todo o Brasil, se uniram para retomar as ações em campo e, em 1990, na data comemorativa do nascimento do Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon, 5 de maio, criaram a ONG Associação Nacional dos Rondonistas.
A Associação é, atualmente, a detentora do nome PROJETO RONDON® e de sua logomarca.
Em 2004, houve tratativas entre a Associação Nacional dos Rondonistas e o Governo Federal, com a participação da União Nacional dos Estudantes (UNE), para que as operações nacionais retornassem com apoio e logística das Forças Armadas Brasileiras (FAB), por meio do Ministério da Defesa. Assim, ônibus, navios, barcos, aviões e helicópteros poderiam ser utilizados para que as equipes do Projeto Rondon chegassem aos rincões do Brasil levando conhecimento científico e apoio dos universitários para o desenvolvimento das cidades, aldeias e quilombos.
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A primeira Operação Nacional, agora com o apoio governamental, foi realizada em janeiro de 2005, no estado do Amazonas, com a presença dos Presidente da República, Ministros, presidentes da Associação Nacional dos Rondonistas e da União Nacional dos Estudantes e reitores de universidades do estado do Amazonas.
O discurso do representante da Associação Nacional dos Rondonistas, Coronel Sérgio Mário Pasquali, ressaltou que “o Projeto Rondon expandiu-se estimulando o envolvimento das universidades de todo o Brasil. As sucessivas operações mobilizaram quantidades crescentes de universitários que passaram a atuar em diferentes regiões do país, partindo de operações intermitentes, nos períodos de férias, para atuações permanentes nos campi avançados, com a efetiva participação das instituições de ensino superior, envolvendo até hoje, mais de 350.000 universitários”.
Em 23 de março de 2006 foi assinado um termo de cooperação técnica envolvendo a Associação Nacional dos Rondonistas e os Ministérios da Defesa e da Educação para possibilitar o intercâmbio de experiências para atuação de professores e estudantes nas ações e atividades do Projeto Rondon.
Desde então, as operações nacionais seguem o seu curso e já atenderam ao todo 1.249 municípios de 24 unidades da federação, em 85 operações com 2.371 participações de instituições de ensino superior e de 23.653 rondonistas (universitários e professores), capacitando cerca de 2 milhões de pessoas em todo o Brasil.
Sul de Minas
Em 2025, a operação nacional será direcionada para a região do sul do estado de Minas Gerais. A Operação "Sul de Minas I" será realizada no período de 15 de janeiro a 1º de fevereiro de 2025, em até 12 municípios. Já a operação "Sul de Minas II" será realizada de 22 de janeiro a 8 de fevereiro de 2025, em outros 12 municípios.
As ações a serem realizadas desenvolverão atividades nas áreas da cultura, direitos humanos e justiça, educação, saúde, comunicação, meio ambiente, tecnologia, produção e trabalho.
Desejamos um bom trabalho aos rondonistas, no período de férias escolares e de muito aprendizado junto às comunidades urbanas e rurais dos municípios mineiros.
Monica Abranches é vice-presidente do Instituto Projeto Rondon Nacional
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Leia outros artigos sobre o Projeto Rondon em sua coluna no jornal Brasil de Fato MG
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Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal.
Edição: Elis Almeida