Minas Gerais

AVANÇO

Vereadores de BH aprovam lei que cria política municipal em resposta às mudanças climáticas

Confira os principais pontos da nova legislação, aprovada com unanimidade na Câmara Municipal

Belo Horizonte (MG) |
Abraão Bruck/CMBH - Foto:

A Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH) aprovou em segundo turno, nesta segunda-feira (25), o projeto de lei (PL) que visa a adequação do município para o enfrentamento às mudanças climáticas. Arquivado em 2023 por falta de quórum, — não atingindo os 28 votos necessários para sua aprovação — o PL 270/2022, proposto pelo prefeito Fuad Noman (PSD), foi, agora, aprovado com unanimidade pelos vereadores. 

À época de sua primeira votação, a proposta enfrentou resistência por parte de alguns dos parlamentares, principalmente pela oposição encabeçada pelo presidente da CMBH, Gabriel Azevedo (MDB), que enfrentava embates com o Executivo municipal. A partir da mudança na conjuntura política e da reeleição do prefeito, que conquistou mais apoio na câmara, foi possível aprovar a nova lei.  

“As disputas políticas não podem passar por cima dos interesses do povo. A terra não é da esquerda, não é da direita e nem da Câmara Municipal”, avaliou o vereador Dr. Bruno Pedralva (PT), na época da primeira tramitação do projeto.

:: Relembre: Veja quais vereadores de BH votaram contra o enfrentamento das mudanças climáticas :: 

O PL institui a Política Municipal de Enfrentamento das Mudanças Climáticas e de Melhoria da Qualidade do Ar, além de uma série de diretrizes para a elaboração de planos, ações e programas de mitigação e adaptação às mudanças climáticas na capital mineira.  

As ações se ligam direta ou indiretamente ao enfrentamento da crise climática e ao desenvolvimento de um espaço urbano resiliente ao clima e de baixa emissão de carbono.

A medida objetiva também “assegurar a contribuição do Poder Executivo no cumprimento de metas e estratégias, sobretudo com ações de mitigação, de ecoeficiência, de adaptação, de resiliência e de atendimento aos padrões de qualidade do ar estabelecidos por normativas e legislações estaduais e federais”.

Principais pontos do PL 270

A política tem como alguns de seus princípios a gestão democrática;  a transversalidade e a multidisciplinaridade no diálogo com a sociedade civil;  a compreensão do desenvolvimento sustentável como condicionante para o enfrentamento às mudanças climáticas;  o incentivo às pessoas, grupos ou comunidades em que o modo de vida ou ação auxilie na conservação do meio ambiente; e a noção de responsabilidade comum, porém diferenciada. 

Todos os princípios são considerados fundamentais na compreensão e adaptação ao cenário de crise. O último, por exemplo, está ligado ao entendimento de que pessoas, comunidades e empresas têm diferentes graus de contribuição para o cenário climático, e que, portanto, segundo o PL, devem ser responsabilizadas também em diferentes graus.

“A contribuição de cada um para o esforço de mitigação deve ocorrer de acordo com sua capacidade de evitar os impactos da mudança climática”,  diz o texto do projeto. 

Em relação ao desenvolvimento sustentável, a nova lei o interpreta como um conceito abrangente e multifacetado, ou um “modelo de desenvolvimento que prevê a integração entre o crescimento econômico, a inclusão social e a proteção ambiental, quando se leva em consideração interesses locais, regionais, nacionais e globais e, especialmente, os direitos das futuras gerações”.

Além disso, o texto estabelece a redução de emissões de poluentes e gases do efeito estufa, critérios de sustentabilidade para a aquisição de bens e serviços, ações de promoção do uso de energia limpa e fontes renováveis e tratamento e destinação correta de resíduos sólidos.

Para acessar o PL na íntegra e compreender melhor as suas propostas, basta clicar neste link. 

 

 

Edição: Ana Carolina Vasconcelos