Defender as empresas públicas é defender o nosso presente e o nosso futuro
Desde o seu primeiro dia à frente do Executivo de Minas Gerais, Romeu Zema, que prometeu um “governo diferente, Estado eficiente”, demonstra que veio para favorecer os seus parceiros políticos, concedendo isenções bilionárias de impostos e facilitando o avanço de empreendimentos nocivos ao meio ambiente e à população, enquanto retira direitos dos trabalhadores e entrega o patrimônio público para a iniciativa privada.
Ou seja, de “diferente” não tem nada, e o “Estado eficiente”, almejado pelo político do Novo, é aquele que atende exclusivamente os interesses do empresariado e das mineradoras.
Para a população mineira, na realidade, o que Zema promove é um governo ineficiente e autoritário, que visa reduzir o Estado — cujo papel deveria ser promover políticas públicas e atuar em função das necessidades comuns — a um “puxadinho” que atua em benefício dos seus desejos privados.
Retrocessos incontáveis
Caminhando para o fim do segundo ano do seu segundo mandato, são incontáveis os retrocessos provocados pela gestão empresarial de Zema em Minas.
Nas mãos da iniciativa privada, empresas buscarão apenas lucro
Apenas para citar alguns, o governador desmontou a legislação ambiental; piorou a qualidade da educação, da saúde e da segurança pública; aparelhou a Empresa Mineira de Comunicação; impôs um Teto de Gastos que congela os salários dos servidores; e, recentemente, ao mesmo tempo em que precariza o Ipsemg, tenta aumentar o valor da contribuição dos beneficiários.
Mesmo tendo o “privilégio”, que o governador anterior não teve, de passar anos sem pagar a dívida do Estado com a União, Zema não fez nada de relevante para Minas Gerais e, como legado de sua gestão, a principal lembrança que, até hoje, ele deixa para a população mineira é a de ser o político que aumentou o próprio salário em 300%, enquanto milhares de trabalhadores do funcionalismo público recebem menos que um salário mínimo.
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O futuro na vida pública de um governador com esse currículo deveria ser a lata de lixo da história, mas, não contente com o estrago que tem feito em terras mineiras, Zema quer alçar vôos mais altos: ser o candidato da extrema direita — cujo principal representante está inelegível e também tem como marca de sua gestão a ineficiência — ou pelo menos influenciar nos rumos da disputa presidencial de 2026.
As estatais são nossas
Acontece que, mesmo em comparação com seus pares da extrema direita, o governador de Minas promete muito e entrega pouco. E, agora, para tentar se apresentar como um nome viável para o empresariado e para os eleitores de Jair Bolsonaro (PL), ele busca intensificar o desmonte do Estado, atacando um dos seus maiores elos de sustentação: as empresas estatais mineiras.
Não é novidade para ninguém que Zema quer privatizar a Cemig, a Copasa, a Gasmig, a Codemig e a Codemge. Já foram diversas tentativas que, diante da resistência da população, dos sindicatos, dos movimentos populares e de parte dos deputados estaduais, fracassaram.
A população mineira já opinou sobre o tema. Entre abril e maio deste ano, um plebiscito popular escutou mais 300 mil pessoas que, em sua esmagadora maioria, disseram ser contra a venda das estatais. Mas o governador não aprende e, há poucos dias, apresentou para a Assembleia Legislativa de Minas Gerais dois projetos de lei que transferem a gestão das empresas para a iniciativa privada.
A Cemig, a Copasa, a Gasmig, a Codemig e a Codemge não são patrimônio de um governo, mas do povo. Ou seja, Zema, sendo um autoritário de primeira ordem, quer vender algo que não é dele, sem ao menos pedir autorização.
As empresas que Zema quer privatizar são responsáveis por garantir que chegue água, energia, gás e saneamento nas casas de milhões de famílias. Elas também são fundamentais para o desenvolvimento econômico e tecnológico do nosso estado.
Nas mãos da iniciativa privada, elas vão servir apenas para uma coisa: gerar lucro para alguns poucos, que, não coincidentemente, fazem parte da mesma classe a qual o governador é pertencente, a dos empresários.
Mais uma vez, somos chamados a proteger o nosso patrimônio das garras do governador de Minas. Defender as empresas estatais é defender o nosso presente e o nosso futuro.
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Edição: Elis Almeida