Minas Gerais

MINERAÇÃO

Marchinha critica mineração da Vale e defende Paleotoca do Gandarela

Canção denuncia impactos da mineração e reivindica preservação da única paleotoca de preguiças-gigantes conhecida em MG

Belo Horizonte (MG) | Brasil de Fato MG |
Foto: Eduardo Dias Gontijo - Reprodução / Projeto Manuelzão

“Pelo Gandarela, vou lutar até o fim! Na nossa toca, a mineração não toca”, diz a marchinha composta por Simone de Pádua. Este ano, ativistas se uniram para protestar contra os impactos da mineração na Serra do Gandarela, trazendo à tona a situação da Paleotoca, uma caverna escavada há mais de 10 mil anos por preguiças-gigantes, ameaçada por empreendimentos minerários.

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Com versos que misturam humor e crítica, a marchinha "Preguiça Gigante e Paleotoca do Gandarela" ganhou destaque nas redes sociais, na defesa do patrimônio natural. A letra denuncia os riscos impostos pela atividade minerária da Vale, exaltando a importância da preservação.

 

Preguiça gigante e paleotoca do Gandarela

 

Pre, Pre, Pre,

Preguiça se é gigante não existe mais

Ela fez falta bem maior que o elefante

 

Toca Raul!

Não!

Paleotoca,

Toca toca, toca

Toca tambor

Tartol e tamborim

Pelo Gandarela

Vou lutar até o fim

 

Na nossa toca

A mineração não toca

Vê se respeita,

Não me provoca

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Pre, Pre, Pre,

Preguiça

Pra nós deixou

Sua paleotoca

Por isso toca sem preguiça

Por isso

toca, toca, toca

Por isso toca,

Paleotoca

 

Criação com propósito

A marchinha foi criada em resposta à tentativa da mineradora Vale de recorrer a uma decisão judicial que protege a Paleotoca. Localizada no Distrito Espeleológico Serra do Gandarela, a caverna é a única conhecida em Minas Gerais e está ameaçada pelo projeto Apolo, que prevê a implantação de mina, uma usina e um ramal ferroviário na região.

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A Justiça determinou, em junho deste ano, que a Vale e o estado de Minas Gerais se abstenham de qualquer ação que possa danificar a área, reconhecendo sua relevância ambiental e cultural. No entanto, a mineradora apresentou um recurso pedindo o efeito suspensivo da decisão, alegando que o objetivo seria “esclarecer alguns pontos”.

O impacto do projeto Apolo

Estudos do Instituto Prístino apontam alterações nas condições da Paleotoca, como pisoteamento, acúmulo de materiais e pichações. Caso o projeto Apolo seja aprovado, a integridade da caverna pode ser gravemente comprometida.

A mineradora alega que o espaço está preservado sob sua gestão desde 2010 e que implementou medidas de proteção, como barreiras físicas e monitoramento com sismógrafos. Mesmo assim, especialistas e movimentos sociais permanecem céticos quanto à segurança da área.

Edição: Ana Carolina Vasconcelos