A Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH) aprovou nesta terça-feira (10) o Projeto de Lei (PL) 911/24, apelidado de “Times Square”, que autoriza a instalação de painéis de led publicitários de até 40 metros na Praça Sete, um dos principais pontos de referência do centro da capital mineira.
“A maioria dos vereadores acha que a cidade é um balcão de negócios em que o bem-estar das pessoas é dispensável”, criticou Dr. Bruno Pedralva (PT), um dos dez parlamentares que votou contra a proposta. O PL foi aprovado com 30 votos favoráveis.
O projeto, de autoria de Wanderley Porto (PRD), tem recebido críticas de especialistas e da população desde outubro deste ano, quando foi aprovado em primeiro turno na CMBH. Os contrários à medida temem que o aumento da quantidade de publicidades descaracterize um dos principais símbolos de Belo Horizonte.
“O discurso que usaram para aprovar isso é a modernização de BH e a atração de turistas. Tem cabimento uma coisa dessas? Cidade moderna e atrativa valoriza a cultura, tem transporte público de qualidade, ruas bem cuidadas e limpas. Painel de propaganda é poluição visual e desrespeito com a população”, continuou Dr. Bruno Pedralva, nas redes sociais.
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Com o PL aprovado, os painéis serão instalados em edifícios históricos tombados, entre as avenidas Amazonas e Afonso Pena, nos cruzamentos com as ruas Rio de Janeiro e Carijós. A região é um dos lugares mais movimentados da cidade e é um dos cartões-postais de Belo Horizonte.
Além de criticar o risco de poluição visual, os vereadores contrários à medida propuseram emendas ao projeto, buscando garantir a obrigatoriedade de autorização do Conselho Deliberativo de Patrimônio Cultural para instalação dos painéis. Mas as sugestões foram rejeitadas.
“Na semana do aniversário de BH, a CMBH decidiu que o presente ideal para a cidade é entupir a Praça Sete de lixo publicitário”, lamentou o vereador Pedro Patrus (PT), nas redes sociais.
Agora, a medida segue para apreciação do prefeito Fuad Noman (PSD), que pode sancionar ou vetar o PL. No legislativo, a proposta foi aprovada com voto favorável de alguns dos vereadores da base de apoio da atual gestão do Executivo, inclusive do líder de governo na Câmara, Bruno Miranda (PDT).
Saiba quais vereadores foram favoráveis ao projeto:
Votaram sim:
Álvaro Damião (UNIÃO)
Braulio Lara (NOVO)
Bruno Miranda (PDT)
Ciro Pereira (Republicanos)
Cláudio do Mundo Novo (PL)
Fernanda Pereira Altoé (Novo)
Fernando Luiz (Republicanos)
Flávia Borja (DC)
Gilson Guimarães (PSB)
Helinho da Farmácia (PSD)
Irlan Melo (Republicanos)
Janaína Cardoso (UNIÃO)
Jorge Santos (Republicanos)
José Ferreira (Podemos)
Juninho Los Hermanos (Avante)
Maninho Félix (PSD)
Marcela Trópia (Novo)
Marcos Crispim (DC)
Marilda Portela (PL)
Miltinho CGE (PDT)
Preto (União)
Professor Claudiney Dulim (Avante)
Professor Juliano Lopes (Podemos)
Professora Marli (PP)
Ramon Bibiano (Republicanos)
Reinaldo Gomes (DC)
Rubão (Podemos)
Wagner Ferreira (PV)
Wanderley Porto (PRD)
Wilsinho da Tabu (Podemos)
Votaram não:
Cida Falabella (PSOL)
Cleiton Xavier (MDB)
Dr. Bruno Pedralva (PT)
Dr. Célio Fróis (PV)
Henrique Braga (MDB)
Iza Lourença (PSOL)
Loíde Gonçalves (MDB)
Pedro Patrus (PT)
Professora Nara (Rede)
Sérgio Fernando Pinto (MDB)
Edição: Elis Almeida