Trabalho exaustivo e mal remunerado está adoecendo nosso povo
A semana foi marcada por manifestações em todo o Brasil pelo fim da escala 6x1 e contra a anistia aos golpistas do 8 de janeiro de 2022. Mesmo que, a princípio, essas pautas não estejam relacionadas, precisamos percebê-las como uma resposta à necessidade de retomada de mobilizações e de articulação entre as pautas políticas e econômicas que o Brasil precisa encarar no próximo período.
O julgamento dos responsáveis pela tentativa de golpe no pós-eleições de 2022 não é, sozinho, suficiente para combater as ideias da extrema direita na sociedade brasileira. No entanto, deixar esses graves crimes impunes seria um erro muito grande.
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A ditadura militar ainda é uma chaga aberta na nossa história. Foi justamente a impunidade que levou os antigos agentes do regime autoritário a colocar as “asinhas de fora” em diversos momentos da política no pós-ditadura. Foram esses mesmos agentes e seus herdeiros políticos os responsáveis por planejar o golpe e o assassinato do presidente Lula e de outras figuras do cenário político no período após as eleições, segundo o que apontam as investigações da Polícia Federal.
Precisamos construir um Brasil sem a tutela dos militares
Julgá-los é dar um recado importante para a sociedade brasileira: precisamos construir um Brasil sem a tutela dos militares e que respeite a vontade do povo.
Jornada 6x1
No caso da jornada 6x1, o debate é ainda mais direto: o trabalho exaustivo e mal remunerado está adoecendo nosso povo. O apoio popular à pauta mostra que existe uma disposição para a solidariedade entre a classe trabalhadora e para a luta em torno das questões que tocam na vida concreta das pessoas.
A redução da jornada de trabalho é uma pauta histórica do movimento sindical e a oportunidade de discuti-la abre portas de diálogo com todos os trabalhadores, já que a superexploração é a grande regra do mercado de trabalho no Brasil.
O desafio das organizações populares ao levantar essas pautas é justamente compreender qual é o fogo correto para acender o pavio das lutas sociais. Combinar as pautas políticas de enfrentamento à extrema direita com as pautas econômicas que atingem a classe trabalhadora é a condição para que não deixemos o governo Lula e o futuro do Brasil nas mãos do mercado e do centrão.
O povo precisa entrar no jogo.
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Edição: Elis Almeida