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Coluna

Não subestimemos o poder da mentira em larga escala

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Reprodução - Nando Motta
Quem saiu perdendo mais uma vez é a sociedade

Nos últimos dias, mais uma fake news atuou contra o governo federal: a taxação do PIX. Como toda notícia falsa nos dias de hoje, a notícia se espalhou de forma muito rápida nas redes e entre a sociedade como um todo, gerando muita insatisfação. O estrago foi grande, e a comunicação do governo se mostrou incapaz de reverter o mal-estar gerado.

No fim das contas, a medida que buscava combater a sonegação fiscal por meio de notificações à Receita Federal de transações de alto valor do PIX, caiu. Vejam o poder das notícias falsas em confundir a população e fazer o governo recuar de uma decisão que é acertada, combateria sonegação e beneficiaria a toda população. A extrema direta, com o recuo do governo, comemora uma vitória.

Quem saiu perdendo mais uma vez é a sociedade, na medida em que a nova medida buscava alcançar aqueles que sonegam impostos e praticam crimes contra a ordem financeira. E, não, a medida não aumentava a taxação de quem já contribui devidamente. O que a extrema direta está comemorando então? A continuidade da possibilidade da sonegação fiscal?

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É lamentável como o efeito das fake news é nocivo ao Brasil e ao mundo. Esse fato é somente mais uma prova do quão perigoso pode ser a manutenção de redes sociais sem a obrigação de checagem de fatos, tais como o presidente da Meta, Mark Zuckerberg, anunciou nos últimos dias. Essa nova política poderá tornar as redes sociais da Meta, Instagram, Facebook e WhatsApp, campo fértil para a mentira em larga escala.

Combater a desinformação

A quem essa suposta “liberdade de expressão” beneficia? A extrema direita com certeza, que não tem responsabilidade com a verdade e com o regime democrático. Como nação brasileira, não somos obrigados a tolerar diretrizes de empresas estrangeiras, como a Meta, que não estão comprometidas com as democracias no mundo, e que colaboram com a extrema direita e com a cultura do autoritarismo e da desinformação.

Nós brasileiros não podemos tolerar a manutenção da cultura da desinformação sem a devida responsabilização dos agentes, pois isso enfraquece a nossa democracia. Se corporações como a Meta não respeitam a nossa soberania e o regime democrático, aqui não deve haver espaço para ela.

Com desinformação, não há democracia

Já passou da hora do Brasil ter uma postura mais incisiva no combate à desinformação. Nesse processo, a comunicação do governo também necessita urgentemente assumir esse desafio e fazer a disputa em níveis bastante superiores ao praticado até agora. É insustentável um governo seguir incapaz de se comunicar com o todo da sociedade. Pois há quem se comunique com quem o governo não alcança.

É insustentável seguir buscando o fortalecimento do regime democrático sob as condições atuais, pois será uma luta injusta e com muitas chances de derrota. O governo precisa urgentemente compreender o papel da comunicação na atualidade, adequar sua forma de se comunicar, seus instrumentos e meios.

O que não falta ao Brasil, após quatro anos de uma política bolsonarista, são fatos e denúncias de seus danos ao país. Precisamos conseguir acompanhar muito mais essa gestão, os rumos e os acertos. Essa disputa de ideias irá contribuir com o avanço da consciência política de todo o povo brasileiro, reequilibrando o jogo democrático.

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Edição: Elis Almeida