O cineasta Cacá Diegues, de 84 anos, morreu na madrugada desta sexta-feira (14) no Rio de Janeiro. A causa da morte não foi revelada, mas ele teve complicações após uma cirurgia. A informação foi confirmada pela filha do cineasta, Isabel Diegues, à GloboNews.
Ao lado de Glauber Rocha, Cacá Diegues foi um dos fundadores do Cinema Novo, movimento que buscava retratar a realidade brasileira com uma abordagem inovadora e crítica. Ao longo de sua carreira, dirigiu mais de 20 filmes de longa-metragem. Entre os mais conhecidos estão “Xica da Silva” (1976), “Bye bye Brasil” (1980), "Veja esta canção" (1994), “Tieta do Agreste” (1995) e “Deus é brasileiro” (2003).
Além de cineasta, Cacá Diegues foi um intelectual engajado e escreveu artigos e ensaios sobre cultura e política. Em um deles, publicado no Globo em 2015, Diegues defende a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) do processo de impeachment.
“Já disse aqui e repito que sou totalmente contra o impeachment, ele é injusto e inconsequente. Injusto porque, independente de sua administração ser boa ou má, não vejo a presidente tendo cometido nenhum crime previsto na Constituição que justifique seu impedimento. Inconsequente porque não vejo no horizonte uma sucessão que seja capaz de melhorar o país. Temer? Cunha? Renan? Cruzes!”, escreveu em um dos trechos.
Nas redes sociais, Diegues também tratava de temas da política. Em uma de suas publicações, o cineasta pede para o então presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), respeitar o Supremo Tribunal Federal (STF). O assunto era a paralisação das emendas do orçamento secreto.
Diegues também foi eleito, em 2018, para a Academia Brasileira de Letras, ocupando a cadeira de número 7, reconhecendo sua significativa contribuição para a cultura brasileira.
Edição: Nathallia Fonseca
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